Boom, Boom Imobiliário
Boom, Boom Imobiliário.
Boom imobiliário, como se constroem em Itapoã! São prédios e mais prédios, céus! Donas de casas, coitadas, como sofrem com o pó. Ops! Pós que poluem, voam ao embalo dos ventos – nordeste e sudeste -, que viajam, varrem as obras, construções. Multicoloridos e finíssimos pós, raramente brancos pós. Ruídos, oh, ufa, de variados matizes e decibéis, exageradamente irritantes. “Minha intransferível e adorável cesta, prejudicada”!
Todos reclamam!
Boom imobiliário, como se destroem em Itapoã! São avenidas, ruas, travessas, infernos!
Veículos motorizados, pedestres, coitados, como sofrem com os buracos, crateras, cavernas que a tudo engolem, atrapalham, estressam.
Caminhões/jamantas a transitarem transportando: concreto, tijolos, cimento, ferragens, perfis de aços... Congestionam, tumultuam, engarrafam, esburacam. Destroem calçamentos, calçadas, asfaltos e danificam a infraestrutura: redes de água, esgotos, eletricidade... Nunca recuperam, reconstroem, consertam!
Todos reclamam!
E a Prefeitura, coitada, “paga a conta e o pato”!
Boom imobiliário, como impacta a vida pacata de Itapoã! A qualidade de vida em risco, paraíso!
A comunidade, coitada, desinformada, alheia, acaba também “pagando a conta e o pato”!
O avassalador “rolo compressor” do “Boom”, a derrubar pacíficas casas, jardins, pomares, bucólicos ambientes e floridos quintais ,para em seus lugares, plantarem, erguerem imponentes e sofisticados arranha céus – selvas de pedras -, que ensombrem sítios onde antes o sol aquecia, a dificultar o livre circular dos ventos – nordeste e sudeste -, a isolar a impor “muros”, segregar suas gentes. Raramente dando-se contas e contando essas perdas.
Todos suspiram saudosos!
Boom imobiliário, progresso!
Os primeiros, que viram Itapoã, já não mais a vêem. Os últimos, agora, são os primeiros a vê-la... Do alto, das nuvens!
Os primeiros, raros, agora a vêem nas sombras e sufocados, sem ar e sem sol.
Todos perdem, os primeiros e os últimos!
BNandú 28/mai/2014
Vila Velha ES