Apenas um sonho?.

Sou uma das poucas pessoas que por vezes sonha o mesmo sonho dando continuidade a historia. Verdade não consigo alterar coisa alguma, porém vislumbro horizontes que outrora diria perdidos deixando sem sentido uma historia vivida no limite do outro lado da tênue linha separando realidade e eventos que por vezes se transformam em verdade aos olhos de pessoas ditas “normais”.

Dias atrás sonhei que perambulava à beira de um abismo – uma cratera enorme onde em seu fim havia um pouco de tudo – pedras, terra posta e areia nivelados por máquinas invisíveis a olhos nus. Recordo-me claramente de ter entrado numa das várias falhas do capim recém formado e escorregado ligeiramente para dentro do buraco e lá ter me deparado com pessoas em estado semi-vegetativo, quase todas suicidas arrependidos e outras que claramente fizeram uso de drogas em sua existência. Percebi que lá não era meu lugar, pois as drogas outrora usadas foram por ordem médica, jamais por mim administradas. A grande maioria, em estado inconsciente, pouco se importava com minha situação – apenas pareciam compactuar uma espécie de solidão acompanhada de um intenso bem estar. Um dos mais conscientes disse: “tome para si algumas dessas folhas e puxe seu corpo em direção ao topo” – foi o que fiz e aos poucos, não sem um esforço extraordinário, sai de lá.

Hoje, dias após o ocorrido, sonhei o mesmo, porém desta vez eu mesmo me precipitei cratera abaixo buscando o fim – meu fim. Fato que na vida real estou deprimido com tudo quanto se passa em meu redor e procuro dar um final, mas as drogas que disponho todas ministradas por médico, pouco são capazes de alterar minha psique. Tenho colocando meu destino nas mãos de um Ser Maior, mas não vejo respostas – gasto o que tenho procurando recuperar um imóvel rural, mas delinqüentes o invadem roubando portas/janelas/pia/bomba d’água sem que nada aconteça e pior de tudo, ainda são consideradas vitimas de uma sociedade doente.

Neste sonho eu não queria viver... queria um fim, mas algo estranho aconteceu: fui “agarrado” por raízes de uma arvore e por mais tentasse me desvencilhar, mais ficava preso numa espécie de “abraço” salvador. Até ai poderia sair, mas uma voz poderosa vinda sabe-se lá de onde disse: “peça socorro”. Pensei: como alguém poderia estar neste fim de mundo? Do nada, pessoas com feições de trabalhadores rurais apareceram no horizonte; solicitei socorro, não ouviram, porém aos poucos vieram e de lá me retiraram - um corpo vivo, porem sem expectativas de tal.

Acordei... Que havia por trás daquela mensagem? A vida foi feita para se viver e não se deixar cair por conta de seres que quando começam fazer parte de seu cotidiano procuram transformar a realidade num enorme monturo semelhante aquele buraco onde o fim é a morte? Vai entender.

Manoel Cláudio Vieira - 31/05/2014 - 05h14minh.

Manoel
Enviado por Manoel em 31/05/2014
Reeditado em 02/06/2014
Código do texto: T4826802
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