SEGUNDA-FEIRA

Era um dia frio, o vento cortava a pela e ela caminhava de volta para casa, depois de uma segunda-feira arrasadora. E pensava que o dia ainda não acabara.

Sua vida era corrida: trabalhar, faculdade durante a noite, limpar, cozinhar, se virar sozinha – ela sempre se diz tão sozinha. Entretanto apesar de todos os pesares, sempre está com um sorriso no rosto, até quando lagrimas estão para cair de seus olhos.

Era uma segunda-feira gelada, a primeira do ano de 2014, enquanto caminhava de volta para sua casa, e os carros passando, o tempo de chuva, as pessoas, e todo o barulho da cidade, ela caminhava de volta para sua casa, caminhava com um pesar enorme no coração, com uma dor, uma sensação ruim – coração partido. Enquanto caminhava, em seus pensamentos passavam-se coisas do tipo: ‘Será que ele pode aparecer?’ ‘Odeio ele!’ ‘Sinto sua falta!’ ‘Nunca gostei dele’. Simplesmente uma confusão de pensamentos e sentimentos.

Confusa!

É complicada a maneira de como complicamos as coisas. Coisas tão simples se tornam altamente complexas para nós, seremos humanos. Um pedido de desculpas, um ‘eu te amo’, um ‘eu aceito suas desculpas’, ‘eu te adoro’, ‘não desejo apenas o seu bem, mas principalmente quero te fazer bem’. Sabe essas palavras e frases não deveriam ser desperdiçadas, não deveriam ser ditas de vez enquanto, e principalmente, deveriam ser ditas sempre que necessárias. Porém não. Nós seres humanos relutamos ao pedir perdão, relutamos ao dizer eu te amo. Medo. Maldito seja o medo. Medo de não aceitar o pedido de desculpas, medo de não ser correspondido no amor. Ás vezes penso, certo estão essas pessoas que vivem com medo, pelo menos poupam-se de sofrimento. É o que eu sinto, porque eu não tenho medo de dizer eu te amo, e nem de pedir perdão. E por isso sempre sofro.

Contudo;

Com tudo...

Voltamos a falar dela.

Ela caminhava de volta para casa magoada, ao mesmo tempo sabia que fora seu medo de dizer: ‘eu te amo’, ou pedir ‘desculpas se de algum modo te magoei’, que lhe causou esse sentimento. Culpa dessa mania de sentir medo e também de dar ouvido ao coração só em ultimo caso. Escuta a vizinha, o falso amigo que no fundo só que te pegar, escuta a falsa amiga que esta sozinha e quer que você também fique, porque a maioria das pessoas sempre desejam o mesmo delas para ti. Escuta sua razão, escuta até alguém que você nem conhece, escuta todo mundo. Menos o seu coração.

Bom, já me disseram que quando o coração fala é Deus que se comunica com a gente. Que o coração É a linha direta com nosso Criador. Sinceramente eu não sei, o que sei é que sempre escuto o meu coração, e não deixo nada e nem ninguém abafar sua voz. Certa vez te pedi para escutar o seu coração e você me disse não saber o que ele queria, que não mandava nele. Na verdade você sempre soube o que seu coração diz, porém a voz do seu coração sempre é abafada com coisas externas – faculdade, amigos, festas, coisas do passado, coisas do presente, medo do futuro e etc, etc, etc.

...

Segunda-feira, gelada, que deixa o meu coração frio. Segunda-feira, sempre o pior dia da semana. Caminhava de volta para casa, e sentia vontade de chorar, caminhava de volta para casa. Casa?

Sabe qual é sua verdadeira casa? Casa é um lugar onde podemos encontrar abrigo e conforto, infelizmente não são todas as pessoas que há possui, porém tem um lugar, metaforicamente falando, que você sempre vai poder chamar de casa. E sabe qual é? Meus braços, meu coração.

E essa segunda-feira que não termina? Essa segunda feira gelada, em que eu apenas gostaria de me aquecer com você, me aquecer em você.

Tantas idas e vindas que nem sei.

Eu suponho, suponho sua caminhada do trabalho para casa, com todos os pensamentos que aqui mencionei. Suponho, que esteja triste e confusa, mas são apenas suposições, não sei de você, do que sente, se sente vontade de escutar o coração. Que engraçado, de repente me veio na cabeça, que homem fala assim? Que homem trata uma mulher assim? Só eu mesmo. Deve ser por isso que ainda estou só.

Agora chega. Já esta perto da meia noite, ou seja, perto do fim dessa maldita segunda-feira.

Amo-te!

Brenner Vasconcelos Alves
Enviado por Brenner Vasconcelos Alves em 30/05/2014
Reeditado em 30/05/2014
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