DE PAPILLON A JOAQUIM BARBOSA
Mandela permaneceu preso por 27 anos e aprendeu que mudanças não se faziam por bombas, mas pelo diálogo, quando liberto ajudou a livrar os negros sul-africanos do jugo dos Apartheid, uma liberdade que abriu as portas da prisão a céu aberto "Apartheid" onde as grades eram a cor da pele.
Caryl Chessman permaneceu 12 anos na cela 2455, no corredor da morte, aguardando a execução da pena, que aconteceu no inicio dos anos sessenta, a morte foi a liberdade dele, mas em contrapartida a prisão de Acácio por 30 anos nas cruéis celas do Carandiru. João Acácio Pereira da Costa cumpriu pena e medida de segurança de 1968 até 1998, por conta de psicopatia apresentada, voltou à prisão em pouco tempo, assassinado passou a ocupar a estreita cela de é um caixão.
Um dos presos mais famosos da literatura é Papillon (personagem do livro de Henri Charrière) que se destaca por ter fugido da Ilha do Diabo, onde cumpria o castigo depois de tentativas de fuga de outras prisões. Papillon consegue fugir desmoralizando a guarda e desapareceu na imensidão do mar, onde está prisioneiro até hoje.
Todos nós temos nossas liberdades e nossas prisões onde podemos permanecer anos a fio, dependendo das circunstâncias. As chaves que abrem estas prisões podem ser um segredo, um beijo, um gesto, uma palavra, uma fuga, uma aposentadoria.
Esta semana o Ministro do STF - Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa declarou que se libertará da prisão que ele mesmo se impôs, quando decidiu aceitar o cargo de Presidente daquela corte. No inicio desta década ele era açoitado por segmentos da mídia que diziam que ele aproveitava dispensas médicas para frequentar bares e festinhas, enquanto processos se acumulavam em sua mesa. Por conta desta perseguição começou a experimentar a primeira prisão, que é a dos homens públicos vigiados pela mídia. Nos últimos dois anos ele se auto condenou ao regime fechado, quando decidiu ser presidente do STF e na sequência ter tratado os mensaleiros com rigor que a Lei e a ética exigiam. A partir dai os segmentos da mídia que o vigiavam foram engrossados pelos adoradores dos mensaleiros, quase todos esquerdas usurpadores.
Agora o anúncio da aposentadoria de Joaquim Barbosa, anúncio que transforma-a em chave de regime de prisão fechada, para semi aberto, por conta da quase eterna vigilância dos comunas que ele sofrerá.
Ele deixa uma dúvida, a aposentadoria agora abre espaço para Dilma nomear outro Ministro da aldeia do PT, por que ele não pode esperar até janeiro de 2015?