Pequena encantada

Lá está ela!

Esquecida em seu cantinho,

velha pequenina,

sofrida e maltratada.

Surrada mesma.

Mas para mim,

ah...para mim...tão poderosa.

Como era bom ter você comigo.

Agora que você já está velha,

usada, enrugada pelo tempo,

agora te colocam de lado.

Muitos nem lembram de você.

Parece que só eu e você,

ficamos marcados minha linda pequena.

Quantas vezes fiz loucuras,

para ter você comigo.

Muitas vezes desejei você só pra mim,

e tantas sofri dividir você

com outro alguém.

Ciúmes duro e verdadeiro.

Como te adoro, minha velha pequena!

Saber que você,

uma pequena caderneta de armazém;

de emporinho na verdade,

me proporcionou tantos doces furtivos,

no meu bom tempo de criança.

Só você sabia,

e fielmente soube guardar segredo.

Tantos doces que ainda guardo o sabor,

e lembranças daqueles momentos de compras

que me davam um tremendo calor de pavor.

Que saudades de você,

velha caderneta de armazém!

João Azeredo
Enviado por João Azeredo em 29/05/2014
Reeditado em 30/05/2014
Código do texto: T4825176
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.