Viver.
Disseram: Transportar os desejos a corpos diferentes na esperança de transmitir o gostar igual é tolice. Tática amarga, revolta inútil, falha cega, vingança de si mesmo. Quem desejou a eternidade temeu ontem, agora está no controle, dirfarçando. Para sempre, não! Mas a exigência é força e brutal prazer de vontades bem vivas. A existência, determinada pela intensidade das lembranças inistentes que versos desesperados por encontrar esquecimento mal conseguem arranhar a superfície opaca e ironicamente gélida que preserva os sacros instantes vividos com sinceridade quase infantil. Reproduzindo as mesmas poses na esperança de alcançar o conforto daqueles olhos, não consegue. Estranhamente débil essa mania de dissimular o terror com palavras cuspidas para impressionar. Errou: Manso controle nos lábios produz estragos maiores. Silêncio mata, fere mais que mil palavra dançantes. Morrer aos poucos com o esquecimento: Sente-se profundamente atordoado com este castigo, latejando no descompasso explosivo por medo de não existir para aquela mulher, e com razão. Todo dia uma guerra: Perder por lembrar, ganhar por esquecer.