Metamorfoses entre Estações

O fim do verão se definiu para que a frigidez das noites outonais ocupassem os dias calorosos e ressumados do veraneio. A partir daí, não hesito em falar que não é uma das estações mais adequadas, porém a primordial.

O Outono, por sua vez, é marcado de mudanças bruscas de temperaturas ou, basicamente, é definido pelo estágio inicial de uma metamorfose. Uma transfiguração de espírito e de ser. Diante desse fato, acredito que de Março até Dezembro passamos por um ciclo de mudanças que mal nos atentamos.

De fato, a metamorfose pode vir a ser, em muitos casos, influenciada por naturezas externas. Cabendo ao próprio indivíduo fazer a escolha da natureza que mais o favoreça para que esse não se deprave. Não obstante, existem as naturas em que não as conhecemos e deixamos elas ali, esperando para ver se nos fazem o bem ou o mal. Com o tempo, quando deixamos aquele ser desconhecido do nosso lado, passamos a extrair ambos os lados dele.

Quando pouco percebemos, aquele ser ignoto passa-se a ser uma necessidade para a nossa mutação, principalmente, no rigoroso inverno.

Logo, chega-se a primavera onde as temperaturas se elevam e a metamorfose vai se concluindo. Enfim, quando nos vemos alterados, corremos para alcançar o verão mais uma vez. Tendendo a ser uma difícil tarefa a abandonar seu antigo abrigo onde ocorreu todo seu estágio de transfigurações. No entanto, voamos. Às vezes, junto com aquele não mais incógnito ser que nos nutriu ou, por outras vezes, o depositamos em nossa memória para que continue nutrindo nossos pensamentos e o nosso espírito.