A doce arte de ensinar

Escondidos em casulos de desânimo

Descrentes do que são

Feridos pelo descontentamento

Esquecidos pelo respeito.

Assim vejo os mestres de hoje, estão escondidos e desanimados, caminham para suas escolas, como condenados, muitos em enorme desespero.

Não se reconhecem como seres capazes de mudar vidas, não mais enxergam que seus ensinamentos podem ser carregados por seres sem rumo, que só tem à eles como exemplo.

Seres de lares desfeitos, que deveriam encontrar algum alento em seus ensinamentos.

Estão em um estágio tão avançado de descontentamento, que envenenam suas palavras com descrença, quedaram-se sozinhos e sem forças.

Muitos não tem o respeito sequer dos seus, quem dirá das famílias, de seus colegas de missão e de seus alunos, esses sequer os notam.

Os mestre não são fantasmas, eles estão fantasmas. Se parecer uma crítica perdoem-me, não é. É um desabafo e uma maneira de extinguir toda tristeza que sinto em vê-los assim.

Não sou professora, sou uma mãe, que gostaria de lembrá-los, que como eu, existem muitas, que acreditam.

Me pergunto onde os caminhos se perderam.

Tive em minha vida tão bons mestres, alguns sofríveis, como em toda regra, mas ainda sim, lembro-me deles.

Lutavam como hoje por salários, por condições de trabalho, tinham vida particular, que precisava de atenção, cansavam-se.

Muitas culturas acreditam nas forças do passado, de seus antepassados, acreditam que a magia e a raça de outrora ainda vivem dentro de cada um.

Onde buscar, será um embate solitário, e espero que rápido e vitorioso. A sociedade como um todo deve tomar para si essa missão, a de colaborar, contribuir, de ser solidaria e de cumprir o seu papel.

A doce arte de ensinar cabe à todos, não só uma classe. Os mestres apenas representam esta arte.

Patie
Enviado por Patie em 10/05/2007
Código do texto: T482073