SURREAL

Naquele momento sentado ali conversando e pensando sobre tudo que estava para acontecer, por um segundo a vida parecia ser perfeita. A imaginação tentava ir ao ponto mais alto dos sentimentos e prazeres que poderíamos sonhar. Mesmo com toda nossa limitação de idéias por conhecer tão pouco sobre o mundo e sobre tudo que ele poderia oferecer, ficamos atordoados com a quantidade de emoções que nos invadiam a cada novo pensamento, explorando por si próprio, um mundo surreal e fantástico. A harmonia entre corpo alma e espírito estava em perfeito equilíbrio naquele momento. O cérebro parecia um parque de diversões brincando com todas aquelas emoções, deixando descer na montanha-russa os incontroláveis sentimentos extremistas de prazeres e alegrias extasiantes. O tempo não oferecia mais nenhum risco. O medo que outrora existia diante do assombramento inexcedível do magnetismo invisível da morte, agora não passava de algo fútil. Não apenas pelo o que o dinheiro poderia comprar, mas sim pela paz de espírito que agora era algo excêntrico, que simplesmente não dependia mais de valores e interferências externas. Finalmente eu poderia seguir a direção que meu coração achava certo sem se importar em mascarar minhas emoções e minhas vontades por estar acorrentado tentando viver o padrão cultural de ser alguém realizado. Agora, finalmente, eu estava no controle das rédeas, e levaria a vida para onde bem entender. Os outros que se explodam com suas regras de felicidades baratas e camufladas em coisas fúteis. Eu definitivamente daria uma demonstração grátis do que é realmente viver, do que realmente significa estar livre do sistema.

Wellington Lopes
Enviado por Wellington Lopes em 24/05/2014
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