A serpente, Homem e o pó...
A serpente, o Homem e o pó a paz e a submissão!
“Há quem diga que, no meio em que é semeada a dúvida, há sempre uma serpente e, esta na maioria das vezes, é representada por um ponto de”?” interrogação. A palavra Amém, por outro lado significa concordância. Tal como a destra estará sempre de um lado a esquerda será sempre oposição. O poder só existe enquanto poder, enquanto houver súditos e, enfim, a paz só existirá se houver concordância, mas nem sempre concordar é manter- se em silêncio. O Homem tende a agir com naturalidade, a submissão é um pecado mortal e, submeter- se só porque está em posição inferior pode ser um gravíssimo erro. A serpente, o homem e a mulher foram julgados por seus erros, entretanto o que pouco se nota é a relação que há entre a pena desse trio. O homem, note- se que isso não se refere à elite nem aos que “regem a lei”, foi condenado a trabalhar e colher do suor de seu rosto, a mulher à sofre as dores do parto e, finalmente, a serpente à rastejar.
É impossível não imaginar que a serpente não andasse no jardim do Éden e, como foi narrado, parece que ela falava - É possível que ela tivesse mãos e pés?
Embora fosse interessante saber, não quero entrar em detalhes sobre a comparação entre a serpente do jardim de hontem e a serpente de hoje, mas um fato é real, ela não rastejava.
A palavra humildade vem do grego húmus, que quer dizer pó, terra. Assim como a serpente o homem passou a mortalidade não só trabalhando a terra, como também tirando sua subsistência e enfim, sendo enterrado nela.
Claro que existem pessoas que não se submetem a trabalhar a terra, pois podem pagar para que outras façam por si. A serpente levou o prejuízo por receber a culpabilidade maior, no entanto não sabe disso, por isso vive- se com naturalidade de serpente.
O “ser humano,” por ter consciência das coisas sofre muito mais, ele sabe que é maioria, mas não sabe que há uma minoria que se beneficia porque está à destra e, está à destra significa está no poder. Os poderosos não são descendentes de Adão?
A gente fala de corrupção quando se refere com desvio de dinheiro, mas as palavras se corrompem a cada tradução, se notarmos a palavra “Eclésia,” que em grego significa “chamados para fora,” veremos que hoje em dia, o significado perdeu- se. Se tratando de algo sacro- santo, é um problema muito sério, pois as palavras deveriam ser resguardadas, mas não é um problema só religioso, porém educacional.
Assim como essa palavra, há muitas outras que se perderam, entretanto não devemos culpar e muito menos condenar quem desvirtuou- as da verdade empírica, mas verificar mais detalhadamente o comportamento das pessoas que manuseiam- nas e apregoam- nas dia a dia.
Por quê?
Porque é aí que está o serpentear, no obstante nós não sabemos qual é essa serpente, se é aquela levantada no deserto com o intuito de curar o povo judeu do veneno de serpentes mortais ou outras que andam e, principalmente falam.
O ser humano, em sua maioria, tem- se perdido em sua verdade, por acreditarem que em outros, eles se encontrarão. Eles não percebem que rastejam como mendigos que mendigam por prata e ouro como se prata e ouro fosse pedaço de pão, porque quem oferece, oferece pão como se o pão fosse prata e ouro. São essas as serpentes, elas se mantêm em pé, falam e falam muito bem. Seu falar é tão convincente que convence inúmeras pessoas, mas não convenceria se essa massa soubesse que ela pode viver sua própria versão de vida.
É preciso que surjam, entre os povos, pessoas que acasalam a necessidade de seu eu de acordo com o eu coletivo. Há muitas coisas que servem como acalento, mas é preciso nascer do seio da massa, pessoas que sonhem acordados e saibam, principalmente, que as serpentes que habitam a cidade falam e prometem, mas não vivem no seio da multidão. A paz não é o silêncio diante do status quo, mas a permanência harmônica entre pessoas que compartilham suas alegrias e tristezas de um mesmo chão.