TREMOR NA CIDADE

Era noite. Fria, com um vento soprando de mansinho. Fazia muito frio. A noite estava dando um belo convite para ficar bem aquecido, principalmente nas madrugadas frias. Muito cobertor, ar quente para espantar o frio.

Corujas cantavam ao longe, mas sem coragem, porque o frio estava intenso.

De vez em quando, ouvia um latido de um cão, meio rouco, mas latindo por conta própria ou simplesmente estava fazendo sua obrigação de latir.

Na madrugada fria, estava tudo em silêncio.

A policia militar fazia sua ronda como de costume, mas o frio era intenso, que nenhum bandido ou ladrão ousava sair. A temperatura estava mais ou menos na casa dos dois graus negativos ou próxima disso. Era muito frio.

Ouvia-se, como sempre, o vento soprar vagarosamente, mas meio tímido, como se não quisesse manifestar sua fúria, ou talvez ele mesmo estive com medo do frio que pairava lá fora.

A população dormia. Era noite fria, mas o calor do lares aqueciam os corações amantes, os corações já em fase de descanso, enfiam, uma bela noite.

Por volta das duas horas da manhã, mais ou menos, ouve-se dois, três, quatro, cinco barulhos fortes. Ocos, com sons abafados. Sons, talvez, de bombas explodindo, mas a que horas isso foi acontecer.

Na manhã seguinte, dona fofoqueira, aquela senhora que sai para suas caminhadas todos os dias bem cedo, com suas queridas e fieis companheiras, falam que os caixas eletrônicos dos bancos foram explodidos por quadrilha especializada. Novidade, mas de alguma época até os nossos dias, tiveram explosões.

No escritório, as pessoas diziam que poderia ser explosões na mina que fica ao lado da cidade, outros, que foi tentativa de assalto, outros, que eram coisas do outro mundo.

O alvoroço foi até ao meio dia, quando o Instituo de Sismologia divulgou nota que houve um pequeno tremor de terra, na cidade.

Então, nas redes sociais, alguns diziam que a cidade voltara a tremer, depois de mais de trinta anos.