O INFERNO E A ALMA.
Muitos procuram buscar encontrar sua alma, e não encontram, alguns a encontram, poucos, outros nunca a encontrarão. Por quê? Por viverem no mundo do egoísmo, da soberba e da vaidade, e por isso não têm paz, e muito menos alcançam qualquer de seus objetivos, vivem aqui e já “um inferno”, na agonia das frustrações, mas não cedem em seus idiotizados convencimentos, gigantescos em insuficiência. São as labaredas próximas e íntimas das "bolgias" de Dante Alighieri. O inferno começa aqui, e creio não acabar neste rincão, nenhuma dívida, principalmente a espiritual, fica sem resgate. Não somos só matéria que se transforma.
A soberba é irmã do egoísmo e filha do mau caráter, pensa essa mancha que a natureza deixou respirar como ser humano, que está à altura do Criador e disputa a primazia com o próprio Criador, o "movente imóvel" aristotélico, que o tomismo deu movimento pelo amor, o que está além e acima orquestrando o cosmos, a organicidade, mas o fato é que já está no vestíbulo do inferno esse péssimo caráter, e não percebe, a febre da insuficiência cega sua visão pequena. Deus não gosta de mentiras, principalmente nessa procura.
Se acha superior a todos, e incorpora o menor dos seres, o “capo de tutti capi” dos mafiosos, é o Satã. E seu mergulho é profundo e sem volta. Como digo, quem não sabe o que procura não sabe o que pode achar.
Na e pela vaidade, é o brilho pardacento, nulo e pegajoso, que só seu espelho mostra com essa imagem. Está, segundo seu credo idiota, além do bem e do mal. É o Satanás que quer ser Deus. O anjo caído.
Dante descreve suas fossas onde habitam esses seres, as “bolgias” fétidas, mas enquanto habitam este planeta não encontrarão suas almas, que já andam em outros lugares, sem paz.