FAZER JUSTIÇA.
Fazer justiça é ouvir a prudência. Ser justo é reconhecer o direito natural inerente a todos que por vezes está no justo ilegal e não no legal injusto. É valor imenso e complexo.
É desta justiça que devemos ter fome e sede, a que estabelece a dignidade e preserva valores.
Só assim e acreditado nesses princípios os homens podem ter esperança para que as humilhações cessem, as afrontas se enfraqueçam, a insolência dos poderosos se fragilizem, a lentidão dos juízes se torne célere, a crítica inescrupulosa que sofrem sábios se neutralize, o pecado da corrupção tenha punição e freio antes de fazer escola.
Não é difícil ver nas cidades a injustiça passeando pelas calçadas, viva, tormentosa, esculpida na necessidade, na ausência de dignidade alimentada pela corrupção.
A Justiça que se inscreve na lei e nos profetas, refere-se à busca pela libertação do homem da opressão junto com sua promoção integral, ao menos basicamente, desde a justiça nos tribunais à integridade nos negócios públicos e privados até o respeito em família.
O princípio de justiça começa no Estado que o homem criou para organizar a sociedade, mas participando efetivamente dessa cadeia. Confúcio dá exemplo lapidar nesse sentido:
“Os antigos que desejavam dar exemplo da virtude ilustre em seu reino, começaram por bem ordenar seus próprios Estados. Desejando ordenar bem seus Estados ordenaram primeiro suas famílias. Desejando ordenar suas famílias, cultivaram antes suas pessoas. Desejando cultivar suas pessoas, corrigiram seus corações. Desejando corrigir seus corações, primeiro trataram de ser sinceros em seus pensamentos. Desejando ser sinceros em seus pensamentos, primeiro ampliaram ao máximo o seu conhecimento. Sendo completo seu conhecimento, seus pensamentos foram sinceros. Sinceros que foram seus pensamentos, seus corações corrigiram-se. Corrigidos seus corações, suas pessoas foram cultivadas. Cultivadas que foram suas pessoas, ordenaram-se-lhes as famílias. Ordenadas suas famílias, foram justamente ordenados seus Estados.”
A ordenação dos Estados e de suas instituições é básica para alcance de justiça e dignidade.