Lembranças

Quando Sônia chegou na casa de Suzana viu a amiga aos prantos. Em seu colo aquela caixa de papelão cheia de cartas e fotos, lembranças e mais lembranças.

Sônia simplesmente pegou a amiga pela mão e a arrastou para fora de casa. O sol até doeu nos olhos de Suzana que estava a horas na penumbra.

Pegaram as bicicletas e pedalaram quilômetros sob os muitos resmungos de Suzana. Mas no fim acabaram virando sorrisos. Depois entraram na biblioteca pública e ficaram um bom tempo saíram de lá cada uma com um livro.

Encostaram as bicicletas em uma árvore na pracinha e foram tomar sorvete. Riam muito vendo algumas crianças brincar com um cachorrinho.

Depois de tudo isso voltaram pra casa e Suzana foi logo agradecendo a amiga pela tarde maravilhosa que teve...

- Eu precisa disso! Obrigada!

- Saiu da penumbra né Suzana? Você ai enfurnada dentro de casa só sofre...

- Lá vem o sermão! Já até sei o que você vai dizer que eu sofro porque fico com a cabeça vazia... E cabeça vazia é oficina do diabo.

- Não era isso que eu iria dizer...

- Não? O que era então?

- Cabeça vazia... Atraí lembranças.

E Suzana sorriu concordando.