ERUDIÇÃO LIVRESCA
ERUDITO LIVRESCO
Quando não se conhece os números o resultado é a sorte. Um jogo de erros. Assim é verdade alheia que muitos se apropriam como próprias.
Sabem apenas que sete letras formam a palavra, mas o sentido que dão é inautêntico, desnaturado, apócrifo.
Themístio de Constantinopla, um neoplatônico independente, um quase peripatético tardio, foi um comentador de Aristóteles.
Símplicio foi outro neoplatônico comentarista de Aristóteles, buscando conciliá-lo com Platão.
São esses alguns dos sábios por erudição emprestada.
Como aqueles que conviveram sob a terra que por centenas de anos se tornou o centro do Universo estagnado.
Não que isso seja igualmente uma verdade. Existiram os eruditos naturais, contudo a fogueira lhes deu fim. A Biblioteca Alexandrina é um exemplo. Restos ainda existem.
Infelizmente esse triste quadro nos legou descendentes e dissidentes dessa raça de nômades; um atrás do outro na mesmice de seus ancestrais.
Para eles está tudo acabado e perfeito sob o Céu. Acima, a cegueira se acomoda com um Deus Salvador.
Assim gira o mundo como o Quasímodo de Victor Hugo, que fora de Notre-Dame, seria um estranho que ignoraria a si próprio.
O século reclama a primavera - renovação. Essa é a palavra de ordem aos eruditos novos.