Resgate Infalível
Era quase meio dia, e ao chegar em casa para almoçar deparei com uma mulher chorando inconsolável conversando com nossa vizinha, apesar de conhecê-la há tempos, não tive coragem de perguntar-lhe, por que chorava, mas ela morava há duas quadras de nós, e então quando se foi, perguntei à vizinha, qual era o motivo, e ela explicou que a filha adolescente de treze anos daquela mulher , havia fugido de casa deixando um bilhete de despedida, eu conhecia a menina desde que nascera, e meu coração chorou a mesma dor daquela mãe, fui para um canto me sentindo impotente como aquela mãe que ao por a mesa para o almoço, procurou a filha e tudo que achou foi um bilhete que mais parecia uma sentença de morte para o seu coração, um turbilhão de pensamentos me assolou, e então num murmúrio clamei a Deus.Fazia um lindo dia de sol, creio que era verão de 1983, os meios de comunicação eram muito limitados, as leis mais falhas ainda do que são hoje, São José do Rio Preto fica num entroncamento, onde se cruzam estradas importantes como BR 153 e Rodovia Washington Luiz. Que rumo poderia ter tomado a menina? Foi quando me informei e soube que ela se fora junto com uma amiguinha da escola e que também tinha treze anos, não era apenas uma mãe aflita, mas duas, a outra garota eu não conhecia, jamais a tinha visto, mas a amei na mesma intensidade, e desejei de todo coração, ver as duas de volta pra casa. Fechei os olhos, e tive a visão clara das duas juntas,onde elas estavam, e Deus dizendo: vá buscá-las, até hoje aquela visão me faz chorar, eu estava atravessando um momento difícil da minha vida, mas como sempre aconteceu e ainda acontece, é como se Jesus me dissesse para pegar a cruz dos outros lançar sobre a minha e Ele me carrega com cruz e tudo. Quando me converti aprendi a crer incondicionalmente no poder de Deus, por isso não tive dúvidas quanto à visão, restava agora achar uma forma de fazer com que os pais das garotas financiassem uma viajem em busca de suas filhas sem que eu pudesse falar com clareza a razão da minha iniciativa, procurei-os e ambos estavam decepcionados, pois tinham ido à polícia que disse não poder fazer nada antes de 24 ou 48 horas, não estou bem certo, mas era um tempo que a polícia tem que esperar para considerar um desaparecimento, por ironia o pai da menina minha conhecida, era policial aposentado.Deus tinha me convocado, mas nenhum deles servia a Jesus eu teria que falar na linguagem deles, então expliquei que estava disposto a ajudar, pois seria necessário ao menos tentar, disse a eles que eu pediria a um de meus irmãos que tinha moto para me ajudar, desde que eles pagassem a metade do dia de serviço que ele perderia, e abastecessem a moto, e então iríamos até a cidade de Araraquara e esperaríamos o trem de passageiros que naquele tempo ainda circulava, lembrei do trem que passou por aqui SJRP as 9:36hs com destino à São Paulo, para mim mesmo não precisariam dar nada, nem pagamento algum. Como é normal nas pessoas, as dúvidas daqueles pais eram muitas, as meninas poderiam ter pego carona, ou poderiam ter fugido de ônibus, naquele tempo não se exigia documento algum, o destino tomado também poderia ter sido outro, já que as opções eram muitas. Mas glória Deus que não me deixou margem para dúvidas do que me mostrara, mesmo sem poder dar testemunho da minha fé, consegui persuadi-los, e então fomos. Chegamos em Araraquara cerca de vinte minutos antes do trem, e quando o mesmo chegou, pedi ao meu irmão que adentrasse pelo último vagão, eu entraria pelo primeiro, iríamos então, um em direção ao outro, e assim fizemos. Quando acessei o segundo ou terceiro vagão, não me lembro ao certo, mas nunca vou esquecer a felicidade de ter um amigo como Jesus, meu Senhor, minha vida, minha alegria, contemplei as duas juntas,tal qual o Senhor me mostrara na visão,e como uma delas me conhecia, falei com autoridade para virem comigo em silêncio, ambas obedeceram, fui a um orelhão e liguei para o pai da desconhecida e disse a ele : encontrei sua filha , as duas estão comigo, dava para ouvi-lo soluçar ao me pedir; por favor não desgrude da minha filha, só mesmo Jesus para fazer com que um pai aflito suplicasse a alguém que ele acabou de conhecer para cuidar de sua filha, filha que naquela hora era um pouco minha também, me lembro que a amei nessa intensidade. Meu irmão trouxe de moto a nossa conhecida, e eu voltei mais tarde de ônibus com a outra garota. E durante o tempo de viagem com ela, expliquei com amor o por quê interferi na aventura delas ao ponto de frustrá-la. Ao fim da viagem já tínhamos nos tornado amigos, cheguei em Rio Preto, fui até sua casa e a entreguei aos seus pais. Meu irmão já havia entregue a outra também, houve uma chuva torrencial naquela tarde, e meu irmão com nossa amiguinha ficaram encharcados pela chuva , pois voltaram de moto. Nunca perguntei a elas por que se foram, e nem para onde iriam. E também não falei mais pessoalmente com nenhuma das duas, mas uma delas está entre meus amigos do Face, serve a Jesus e posta mensagens que são abençoadoras, não mora em Rio Preto. Hoje após trinta e um anos, esta lembrança me faz crer que um dia , naquele verão de 1983, minha vida valeu a pena, teve um sentido maior do que se possa esperar para alguém mesmo sem honras humanas, mas que foi honrado com uma revelação vinda do Deus Todo Poderoso para livrar duas crianças cujos sonhos poderiam ter sido interrompidos naquela aventura. Apesar de uma das garotas em questão ser minha amiga também aqui no Face, não vou identificá-la, até porque não é necessário. Mas se alguém quiser conhecê-la, é só falar comigo in box, quanto ao meu irmão que me ajudou nesta jornada, e que é participante ativo de tudo. Chama-se José Renildo Vieira Borges( no FACE: José Renildo Borges Borges). Nunca mais esquecerei a alegria e felicidade dos pais das duas meninas.
Deus seja eternamente exaltado.
São José do Rio Preto 19 de maio de 2014
Antônio Carlos Vieira Borges
Servo do Senhor Jesus Cristo, chamado por Deus para ser missionário.
Glória ao Pai , Glória ao Filho, Glória ao Espírito Santo de Deus
Eu te amo Senhor Jesus Cristo...