CHUVA
Pingos da chuva!
Contas de brilhante rolando no asfalto quente.
Eles caem na perpendicular e cantam...
Cantam uma música velha e comprida...
É uma canção de verão que fala de meninos de outros tempos,
andando pelas enxurradas.
E de latas desafinadas descendo aos tropeções pela agua nas sarjetas.
Todas as arvores parecem contentes.
Fios de agua caem delas
como se fossem cristais líquidos.
Os telhados mornos
se refrescam na chuva fria.
Um relâmpago clareia as nuvens.
Há um cheiro de mato verde no ar.
A canção da chuva tem rítmo de paz.
Ela acaricia e envolve a terra tão deprimida...
Nos seus braços férteis,
no seu colo calmo,
no seu corpo transparente!!!