Mar Aberto
No início do ano passado, algumas pessoas me falavam que era visível o declínio dos Estados Unidos. Não só sob o ponto de vista econômico-financeiro, mas talvez até em termos de deterioração social. Numa analogia, quem sabe, ao que aconteceu com a Roma antiga.
(Não precisamos desejar o mal de ninguém. No mundo um dia as pedras se encontram).
É indubitável o fato de a nação americana ser ainda a detentora do maior poderio bélico do planeta. Como também de sofisticados instrumentos de espionagem dos quais não se encontram a salvo nem mesmo seus parceiros ou aliados, como a Grã-Bretanha, a Alemanha e ainda o Brasil.
O noticiário de hoje nos dá conta do maravilhoso empreendimento em Nova York, a capital do mundo, em final de construção – o WTC 1 (World Trade Center 1) – destinado a ocupar o lugar das Torres Gêmeas. Antes de mais nada um exemplo de estoicismo, devemos reconhecer. E de uma obra de irretocável engenharia moderna, sendo construída provavelmente em tempo recorde.
O inegável poderio militar americano, bem como a condição econômico-financeira desse país, que por isso mesmo deve continuar sendo invejável, permite que os EEUU influenciem de alguma forma os acontecimentos de que temos notícia na Ucrânia e na Venezuela. O primeiro deles pela decisão do governo ucraniano de não fazer parte do Mercado Comum Europeu, preferindo aproximar-se mais da Rússia. E o segundo pela tradicional postura, possivelmente inaugurada por Hugo Chávez, de seguir seu próprio caminho, optando pelo viés socialista.
Essas duas posições, da Ucrânia e da Venezuela, como sabemos, contrariam interesses americanos. E são a razão da provável ingerência estadunidense nessas duas fatias do mundo.
Ora, se uma nação dispõe de uma organização, quer em meios diplomáticos ou através de modos persuasivos, capaz de interferir, possivelmente sustentar e gerenciar manifestações públicas contra o governo em pontos distintos (Europa e América Central), em condições econômico-financeiras desvantajosas, isto é, como um barco fazendo água, o que ela não faria se fosse um navio se deslocando a pleno vapor?
Rio, 20/02/2014