VOCÊ JÁ FICOU PRESO (A) EM ELEVADOR?

Pois eu já fiquei por algumas vezes. Trabalhei num prédio no bairro da Lapa em São Paulo que tinha quatro andares, todos ocupados pela empresa que eu trabalhava. O elevador frequentemente parava com qualquer quantidade de pessoas. Era só ouvir o grito de socorro e alguém ou eu já subia os andares com a chave para socorrer a pessoa aflita.

Certa vez uma garota, além das lágrimas, deixou todo o piso do elevador “molhado”. Não é para rir, porque parada de elevador não é um acontecimento muito sério, mas para algumas pessoas pode ter sérias consequências, como infarto e aborto, além de incontinência causada pelo nervosismo. Aquele elevador era de lua, chamava a equipe de manutenção e quando esta chegava, estava funcionando. Eles nunca descobriram o defeito. Houve uma palestra ministrada por um técnico do fabricante no sentido de esclarecer quanto à segurança em caso de paralisação. Então ficou decidido que ninguém tomaria o elevador sem saber se havia mais alguém nos escritórios.

Eu trabalhava no primeiro andar e era o último a sair, sem antes saber se havia mais alguém e num determinado dia ainda se encontrava a secretária da diretoria no quarto andar que aguardava o marido que a vinha buscar. Ato contínuo o marido chegou e todos nós inadvertidamente tomamos o elevador e aconteceu do mesmo parar e aí ficamos olhando um para a cara do outro. Foi quando o marido me disse:

- Santo, me faz uma escadinha. Feita a escadinha e subiu empurrou o alçapão e saiu do elevador.

- Santo, agora você levanta a minha mulher. Abrace-a na altura dos joelhos e não precisa se sentir constrangido porque isto é uma emergência. Em emergência vale tudo. Ele era professor de educação física, tinha um físico privilegiado.

Ela levantou os braços, eu a abracei e a ergui e ele a içou. Não olhei para cima até ele dizer: - Agora é você. Vê se você com um pulo alcança a borda do alçapão.

Consegui e ele me alçou. Ficamos os três em cima do elevador com o alçapão fechado e mais uma escadinha foi feita para destravar a porta. Novamente toda a operação foi repetida. Erguer a mulher e ser içado. Descemos dois andares. No dia seguinte o danado estava funcionando. Saí da empresa e nunca fiquei sabendo o porquê que aquilo acontecia. Deduzi que devia haver oscilação de corrente elétrica e quando a corrente diminuía não dava força suficiente para o peso do elevador. (Dedução de um leigo no assunto).

Nesta semana, depois de uma longa caminhada tomei o metrô e ainda estava com as pernas cansadas para subir as escadas e fiquei com preguiça de ir até a escada rolante, então resolvi subir de elevador para cadeirantes, já que ele se encontrava na plataforma. E não é que o danado parou após ter subido quase um metro do chão sem que eu tirasse a mão da alavanca? Diz o ditado que “macaco velho não pula em galho seco”, apertei a campainha de alarme várias vezes, mas nenhum funcionário apareceu. Então bati no vidro e uma mulher de uns quarenta anos olhou e fez uma leitura dos meus lábios e entendeu meu pedido de socorro. Toquei na alavanca e ele resolveu subir. Quando saí do elevador aquela senhora vinha com uma funcionária. Só me restou agradecer e bastante o favor dessa senhora. Pensei: “Voltei quarenta anos no túnel do tempo e graças a Deus ainda há gente boa neste mundo”.

SANTO BRONZATO em 18/5/2.014.

SANTO BRONZATO
Enviado por SANTO BRONZATO em 18/05/2014
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