Desejar um vaso ou uma taça?
 
          Copa significa vaso, taça, e por isso, ao se fazer essa competição internacional de futebol, ela ganhou o nome de Copa,  porque a conquista final é uma taça. Há meses, chegamos a perceber, na mídia, o desejo de que essa Copa, que acontecerá brevemente, seja um vaso ou lamentavelmente um urinol. São desejos de malogro que nos constrangem,  com propósitos de obter consequências do insucesso, utilizáveis, claramente,  para fins políticos ou eleitoreiros,  contra siglas e nomes concorrentes nas próximas eleições.
          Em 1950, a nação soube perder, mesmo chorando.  Não importa o resultado final que deu a vitória ao Uruguai, onde se diz que  “deu azar”, porque os uruguaios  nunca mais foram campeões...  O Brasil ganhou visibilidade, foi elogiado pelo mundo inteiro por ter sediado  em  Recife, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, esse quarto certame internacional organizado pela FIFA; sim, também houve proveitos econômicos ao país.  Existia a paixão dos brasileiros por futebol; os estádios já estavam suficientemente prontos, então houve a festa, mesmo num fase internacional de um após-guerra, quando  os  europeus deveriam  ressurgir dos escombros,  e, aqui,  esperava-se o crescer da nossa economia.  Getúlio Vargas decidiu sediar a Copa e o Brasil manifestou uma vibração nacional.
          Essa vibração vem sendo alquebrada, neutralizada por uma campanha aviltante,  por vozes que prometem o fracasso, o não “dar certo”;  também intencionam o desmonoramento dos estádios ou que não se concluam suas construções... Chegam até a desejar um aumento de violência, de quebra-quebra, para que tudo isso simplesmente desague na perda  eleitoral de tais partidos, de tais candidatos. Enfim, torcem para que a Argentina ou uma forte rival do Brasil nos derrote , logo nas “quartas de final”. Ora, os campos estão construídos, por que não usá-los para a vitória? Afinal, como eu,  grande parte do povo  gosta  de futebol,  esporte que pratiquei  em tempos idos;  então torço para que a Copa se realize com as grandezas que nos  restam e que os países visitantes sejam bem  recebidos. Enfim, não só do trabalho  vive o homem, mas também do lazer, desde que esse motivo de alegria  não seja  instrumentalizado  para  nos enganar.  É assim a casa que, ao não estar em boa situação financeira, melhora seu ânimo, ao comemorar o carnaval, as festas juninas, o dia dos pais, o das mães, o Natal e sempre um venturoso Ano Novo...