A Grande Tela (A subjetividade e a opção de cada um)
Era linda aquela tela, refletia um frescor, um total desprendimento com o tempo, uma liberdade inabalável, de uma autenticidade impressionante. Eu queria aquela tela, eu gostaria de tê-la em algum lugar dentro do meu mundo. Não a teria o tempo todo, eu a colocaria num lugar de passagem, onde eu pudesse avista-la junto com o sol, numa claridade absoluta e estranhamente particular. Eu descobri que dentro desta tela moram sentimentos que foram desenhados pela história, muitas tristezas, decepções, mas também, descobri sentimentos bons que o tempo não varreu. O grande barato de uma obra de arte é que ela pode interferir no ambiente, interferir na decoração, até na disposição da luz. Muitas vezes passamos por obras lindíssimas que não nos chamam a atenção, outras que nem são tão caras assim nos impressionam muito. É muito subjetivo o valor e a avaliação de uma obra de arte. Uma coisa importante deve ser levada em consideração: leia antes de criticar, procure saber um pouco mais antes de comprar, a leitura nos faz seguir o caminho oposto ao da ignorância. A falta de leitura faz com que nossos neurônios fiquem refém de um “mundinho” inferior onde permanecemos em círculos, e pintamos quadros irrelevantes, com temas repetitivos que, certamente agradarão a alguns, com certeza existem muitos que gostam sempre da mesmice, do óbvio ou do falso, ardiloso. Ao querer fazer parte de uma obra de arte, fazer parte sim, pois a tela que você vai adquirir, não é uma simples tela, ela é um ambiente onde você vai viver ou passar, se prontifique a conhecê-la. Não adquira uma tela pela beleza aparente ou pelo custo da obra. Muitas vezes a tela que você acha que é uma coisa não passa de uma falsificação. Tente ficar sempre com a original, nem que para isto você desista de ter a obra pelo grande custo que ela representa. Se for muito importante ter uma tela que você realmente ficou fascinado por ela e não pode ter a original, pelo menos compre sabendo que é uma “falsa” obra, que é uma réplica do original. Assim, sem culpa você pode expor a obra sabendo do seu valor, e ao exibi-la não tenha a vergonha de informar a quem perguntar que aquilo é uma réplica perfeita, ou quase. Eu prefiro o original, falando da Grande Tela, senão posso tê-la, posso sabê-la.