RELATOS DA “VIDA MODERNA”
“Pela época em que Henry Ford começou a fabricar o Modelo T, em 1908, eram necessárias 7882 operações. Em sua autobiografia, Ford registrou que, dessas 7882 tarefas especializadas, 949 exigiam “homens fortes, fisicamente hábeis; 3338 tarefas precisam de homens de força física apenas “comum”; a maioria do resto podia ser realizada por “mulheres ou c r i a n ç a s c r e s c i d a s ” e , c o n t i n u a v a f r i a m e n t e , “verificamos que 670 tarefas podiam ser preenchidas por homens sem pernas, 2637 por homens com uma perna só, duas por homens sem braços, 715 por homens com um braço só e 10 por homens cegos”. Em suma, a tarefa especializada não exigia um homem inteiro, mas apenas uma parte. Nunca foi apresentada uma prova mais v í v i d a d e q u a n t o a superespecialização pode ser brutalizante.” (TOFFLER, Alvin. A terceira onda. RJ: Record, 1980, p. 62-63).
É complexa a atual dependência humana das máquinas, afinal fomos nós que criamos elas e não o contrário. Mas infelizmente, o que é visto desde os primórdios da revolução industrial beira a uma “revolução das máquinas”, e no modelo econômico de produção a todo custo não se pode adaptá-las a padrões, os trabalhadores é quem devem se adaptar a elas, ou pior: em uma repetição de ações se equiparar as máquinas, com uma diferença: são subalternos ao seu ritmo!
Há uma linha que não pode nem deve ser imperceptível entre especialização e a ‘superespecialização brutalizante’, como colocada no texto. Aquela serve para o homem se aprofundar em determinado ramo do conhecimento ou profissional, este serve como “maquinização” do homem. Portanto, é necessário uma reflexão profunda sobre o tema, uma vez que o atual sistema reforça tais práticas.