Tentando organizar a casa nova e deixá-la com minha cara...
É nítido que ainda há sentimentos espalhados por toda parte, ainda não aprendi a colocá-los em ordem. Acho que preciso de gavetas, sim gavetas! Dessas com várias repartições e, que seja aconchegante. Num extremo as alegrias e em outro as ilusões. Não posso misturá-las, ou melhor, não devo. Os amores guardarei no meio, um tanto quanto para o lado esquerdo e, serão deles minhas melhores palavras.
Em dias de chuva, em que o cinza for a cor do céu, com muito carinho, ‘tirar-hei’ as ilusões da gaveta… Nesse dia talvez eu fale sobre o que não vivi, sobre o que não aprendi. Talvez eu fale das saudades que tenho ou das brigas que não acabaram em beijos.
Em dias de sol, em que o azul prevalece, será a vez das alegrias. Há tanto o que se falar: falarei dos amigos. Escreverei sobre experiências, das boas e das ruins, experiências! Vou falar de vinhos, do pouco que sei e ainda quero aprender sobre eles e seus efeitos revigorantes. Quero falar sobre a paz que sinto ao lado de quem me coloca em meio ao caos .
Não há que se estipular dia para falar do amor! Talvez eu fale sobre amor num dia frio, em que uma coberta não seja o suficiente. Talvez eu fale sobre amor num dia quente, em que o ar condicionado barulhento nos soe como música, apenas por estar a seu lado. Talvez eu fale todos os dias, mesmo tendo a certeza não ter você de novo. Talvez eu apenas fale sobre você e todos saberão que é de amor que estou falando.