Dos Encontros
Andei um tempo de olhos fechados, eu quis me ver por dentro. Foi viagem longa e os caminhos quase todos muito escuros. Aprendi a enxergar com os olhos da alma, me conheci, me encontrei e encontrei você, que me falava de coisas de mar e de onde o vento vem, que me sorria um sorriso sincero e me olhava com olhar de cuidado.
Não pude abrir os olhos, me peguei voando… E o pé, que outrora desconfiado estava sempre atrás, pisava firme em nuvens, enquanto você tentava se equilibrar sobre as ondas. Cada dia era mês… e o mês que se fez foi ano. Era contagem fora de tempo, era tempo fora do compasso, conexão de saber cada gesto. De repente não havia passado, num presente que anseia futuro e teme as indecisões inevitáveis de quem nasceu em mês de outubro.
Já de olhos bem abertos deixo escapar o brilho, de quem sabe sorrir sem dentes, daqueles que se sorri com a alma, naqueles que se expõe a calma de quem encontrou o que procurava.