DESIGUALDADE SOCIAL!
Eu estava a observar uma criança a andar com sua mãe pelas ruas da cidades, caminhavam rapidamente para não perderem o ônibus que tem como destino o sitio aonde eles moram... Sua mãe segurava em sua mão firmemente para ele não se perder na cidade grande e movimentada. Seus olhos pareciam agitados ao perceber todos aqueles estímulos e novidades. Parecia que tudo chamava a atenção daquela criança acostumada com a mansidão e vida pacata da zona rural. Ele deveria ter por volta dos sete anos de idade, já possuía uma leitura fluente e todos os outdoor e placas por ele era "devorado" em milésimo de segundos.
Sua mãe andava muito veloz e aquela criança raquítica parecia correr para acompanhar os passos de sua progenitora. Ele já estava muito cansado e pediu para que comprassem um lanche que ele viu e desesperadamente ficou apontando para o restaurante revelando o seu desejo incontido. A senhora um pouco enraivada disse que parasse de fazer aquilo que já iriam chegar em sua casa para que assim comessem o almoço que estava a sua espera.
A criança aparentemente não entendeu já que sua fome se manifestava naquele momento. Com os olhos lacrimejando sua mãe disse que não tinha dinheiro para comprar nenhum lanche, possuindo apenas a sua passagem de volta, e que ele suportasse um pouco a fome para que conseguissem chegar o mais breve possível e pega o ônibus que vai ao seu sitio, este que sai apenas de 4 em 4 horas.
Essa mãe finalizou com a promessa de esperança de um dia poder dá tudo de bom para essa criança faminta e sonhadora... Não pude deixar de observar esta cena e não me comover com a desigualdade e paradoxo social ao me deparar com essa situação sentado dentro do melhor restaurante, diante de minha luxuria e preocupações banais. Resolvi proporcionar um momento de fuga desta realidade tão aprisionante para essa mãe e esta criança. Chamei-os para sentar comigo na mesa e almoçarmos juntos, a mãe tímida tentou resistir, mas a criança já estava sentada e feliz.
Eles tiveram uma efêmera sensação que a vida não é tão cruel e injusta. Ao terminarmos a refeição levei-os até a sua casa e voltei ao meu trabalho com a leve sensação que "A dor grita mais alto em corações descalços!"...E tentei voltar a minha rotina normal até que essas lembranças sejam esquecidas de minha memória!
ELAN LIMA 08 DE MAIO DE 2014