O MAU CARÁTER E O AMOR.

O mau caráter não gosta de ninguém por não gostar de si mesmo. É impossível transferir sentimentos que não habitam nosso interior. Pune a si mesmo o mau caráter, maltratando até mesmo suas necessidades, só vê o que lhe convém, ainda assim com restrição.

Dessa origem maculada e manchada trazida e carregada vida afora dá mostras concretas aos que dele estão próximos, sejam parentes ou conhecidos, já que na verdadeira expressão da palavra não é amigo de ninguém. É capaz de se ausentar do socorro aos entes queridos, irmãos, pais, com tranquilidade. Não altera sua rotina egocêntrica, não presta solidariedade nem ajuda seja a quem for. Nenhuma, de qualquer espécie, é um anestesiado das emoções que fortificam e justificam a existência. Andeja da omissão à indiferença com desenvoltura.

É a doença da personalidade incorporada na plenitude esmagando uma existência infeliz e descolorida. Ninguém é capaz de tirá-lo de seus hábitos, para não ser incomodado praticamente coloca um cartaz em sua testa, “não me incomode”.

Se acha melhor que todo mundo, “Rei do Nada” vive de fracasso em fracasso em suas realizações nunca efetivadas, exagerando suas medidas, dons que não tem, insuficiência que não conhece sua insuficiência nem seus limites, visíveis e primários, que raiam da insistência em fazer valer adornos não possuídos.

Reside na fronteira do desconhecimento de saber quem é.

Não existe amor em sua alma ou generosidade alguma em sua conduta, passará pela vida sem deixar saudades. E a vida não lhe premia, pois ele mesmo contribuiu para esse desfecho arruinado. Só quem não o conhece pode tolerá-lo sob a farsa das sombras em que vive.

A internet é um covil dessas personalidades, tacanhas e reiteradas em seus impulsos vãos para parecerem o que não são, um laboratório de almas desavindas, sem luz ou paz, luzes que querem propagar, mas sempre se perdem nas esquinas sombrias da escuridão de suas vidas. Onde não há amor nada mais pode haver.