Crédito da ilustração: "The Bridegroon and the Bride" ( IA SER MAS O SISTEMA DE ILUSTRAR ESTÁ DIFERENTE E NÃO CONSEGUI, ENTÃO BOTEI OS MEUS TRES FILHOS, ilustração de propriedade de MLuiza)
 
QUANDO UMA DÚVIDA SURGE
 
 
         Quando uma dúvida surge onde ela não ocupava espaço, fico a pensar: em que ela consiste? Por que ela apareceu? A dúvida é bem mesmo a indefinição. Bastante desconfortável sentir, é quase um abalo nas coisas que nem se pensa mais e se tem como já estabelecido, mas que provoca buscar explicação, para espanar a cabeça e o espírito de qualquer coisa duvidosa.
 Primeiro, ela não aparece do nada. Então não é a dúvida que precisa ser diagnosticada. Mas sim o fato ou motivo que a causou. Se conseguir perceber a origem, chega-se finalmente à dúvida. E aí ao ponto final e tratar de eliminar tal dúvida, pois, claro, consiste num distúrbio desconfortante. Pois nada melhor que um espírito saudável e em equilíbrio e em paz.
 Bom, é o que estou tentando fazer neste fim de tarde, em que me lembrei da ajuda do Gabriel no dia todo, e me senti agradecida. E lembro que, pouco antes dele sair, falei pra ele uma coisa, que saiu sem eu pensar e sentir. Saiu e tomou força por que ele já ia sair, mas era coisa incompleta, sem chegar a amadurar, e saiu antes da hora. E falei.
 Ele fez varias coisas que eu precisava e, enquanto fazia, percebi nele certa raiva ou menos que isso, certa impaciência, pois tinha outras coisas mais pessoais e mais urgentes, ou prazerosas a fazer; é como se estivesse perdendo o tempo dele.
 Enquanto ele se aprumava para sair, e eu andando de lá pra cá, falei meio que pensando alto: acho que o meu sentimento em relação á Valéria está mudando... Deixando de ser amor...
 Tanto ele quanto a Luciana estão me pegando este golpe, ou seja, interrompendo-me quando eles já perceberam ou adivinharam o que vou falar e que é indesejado ou condenado por eles. Eu saco o lance, mas aí já era, porque eles já engrenaram numa coisa mais interessante e mais imediata. É um “golpe” que não chega a ser um desrespeito, mas é meio injusto por estarem usando um ponto fraco meu. E eu não insisto no retorno por que também avalio que é chato ou pouca coisa, nada demais que valha a pena criar questão.

Só um detalhe: lá no fundo, bem fundinho, fere alguma coisa.

Em relação à minha filha mais velha, estou sentindo que o sentimento de amor está mudando pra coisa mais distante ou menor.

Não posso é afastar de mim mesma, da minha paz e equilíbrio. É saúde para mim. Preciso dos meus bichos, do meu cachorro Chê que é meu filho do coração e me ama; e das minhas gatas parecidas com gatos-do-mato, felinos muito parecidos com as onças e nosso amor é recíproco. Estou morrendo de saudades delas só de falar! Como pode um ser humano amar um animal? Não sei, mas ama-se.
 Logo que possa, vou passar um tempinho lá, com eles. Estou morrendo de vontade de mexer na terra, cavar, afofar e semear e plantar alface frisado.

 É o mesmo que recarregar as baterias.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
MLuiza Martins
Enviado por MLuiza Martins Reeditado em 13/05/14
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