“Chuva na praia”
Hoje, como ontem, choveu à tardinha, e não pense que foi uma
chuvinha qualquer, foi um temporal que se estendeu por horas a fio.
É interessante a chuva na praia: apesar dos trovões, relâmpagos,
raios, ela parece não assustar. O mar assusta mais! Já imaginou
se ele se enfurece, revoltado por ter seus domínios invadidos por
míseros mortais que só fazem poluir suas praias, desrespeitando
seus limites, transformando suas areias em lixeiras ou alcovas, criando,
enfim, um antro de sujeira e prazeres proibidos!? É, o mar me
assusta mais!!
É engraçado ver o povo se escondendo dentro das casas, as
ruas ficando vazias, para logo a seguir, ao parar a chuva, serem invadidas por pessoas
a caminho dos barzinhos, dos bate-papos, das caçadas (no bom sentido!), ninguém se incomodado com o fato de ter que tirar o calçado para atravessar poças d'água, e os carros entupindo as ruas, alguns engolindo mais água do que o necessário, pelo escapamento, parando e... Pronto! Fazer o que?! Férias, Verão, Ilusão!!
A chuva é apenas um detalhe, nada mais... Mas, eu quero voltar pra
casa!!!! Quero ouvir a chuva fazer barulhinho ao bater na vidraça da janela do meu quarto, e eu lá, bem gostosinha, deitadinha, cobertinha até o pescoço, na minha cama limpinha e macia.
Dizer que a chuva que cai aqui é a mesma que cai ali, nunca vi
tamanha besteira! Isso pode até colar pra quem não tem um canto no
mundo, um lugar só seu, com a sua cara. O trovão lá de casa me
assusta de verdade, o dia vira noite, o vento vem com tudo, e aí eu
me cubro, dessa vez até a cabeça, e fico imaginando o velho São
Pedro (o Pedrão, sabe?) a lavar sua casa no céu, numa faxina geral,
ajudado pelos querubins, benjamins e serafins, todos de avental e
escova na mão, a jogar água aqui, água acolá, arrastando o enorme
guarda-roupas de carvalho maciço (e lá vem trovão!) e assim, acabo
dormindo e sonhando... Sabe com o que? Com as próximas férias na
praia!!!