O Professor de Literatura, a TV e o cachorro
Tive um professor incrível de Literatura muito sábio. Aliás, tive vários.
Mas este, a quem me refiro, andava sempre muito bem alinhado e nas noites frias do inverno aqui do sul, vestia um sobretudo bem cortado e um belo chapéu. Não, não frequentei a faculdade nos anos 30, isso foi depois de 2000.
Certa noite ele, de certa forma, expressou algumas opiniões interessantes.
Uma foi sobre a TV. Ele contou que, a primeira coisa que fez quando sua esposa saiu de casa após o divórcio foi retirar a TV da sala. No lugar, botou uma planta.
A segunda foi sobre como as pessoas andam tratando dos animais, especialmente sobre cachorros. Ele deixou bem claro que sempre foi a favor de se cuidar e respeitar os animais, que foi educado a dar carinho e a cuidá-los. Mas que era contra a forma com que as pessoas estavam tratando os bichos: como gente.
Gastando exorbitâncias em Pet shops (quando esse valor poderia ajudar a pagar a educação de uma criança num orfanato, por exemplo), comparando-os e exigindo, em alguns casos, direitos de seres humanos, como o de entrar em shoppings e restaurantes.
Ele disse: É bom ter um cachorrinho, mas que seja tratado como tal, não como filho.
Filho é outra coisa.