Enlatados de segunda

Fomos enlatados.

Trabalhadores procurados

Numa prateleira de supermercado.

Divididos por categorias.

São diversos os sabores.

Cada dia aparece um sabor diferente.

Suco de tamarindo, com cor de abacaxi,

E gosto de limão.

Pouca é a variedade de produtos que são enlatados..

As prateleiras são enormes,

Mas poucos comem.

E muitos desses enlatados,

Acabam estragando, acabam...

Muitas vezes até antes de irem pro mercado.

E tem uns que aceitam qualquer mercadinho que seja...

Muitos se acomodam em qualquer mercadinho que seja.

Isso porque a desigualdade entre estas indústrias,

São extremamente desumanas.

Alguns têm mais sorte.

Conseguem virar produto,

Entrar em uma prateleira,

E de tanto de esforçar,

Para ir a uma prateleira melhor,

Mais a vista dos principais consumidores,

- é cada malabarismo que as latinhas fazem -

Conseguem ser comprados.

Mas também se não conseguirem,

Encher a pança do seu dono,

Acabam sendo jogado fora,

Aberto e fedido de tanto suor desprendido.

Na hora de voltar a ser humano,

- mais um ser –

Humano consciente como devemos ser,

Acabamos nos relacionando como latinhas.

Pensando como os enlatados,

Se divertindo com a briga entre interesses e

Admirando-se com sua própria marca...

Raphael Campos
Enviado por Raphael Campos em 09/05/2007
Código do texto: T480243
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