O bom profissional não faz o mundo
Do nada, veio o meu velho amigo cientista farmacêutico:
- E ai Cláudio, como vai?
- Estou bem
-O que faz da vida?
-Estou vivendo
-Continua com a mesma ideia de sempre. Você precisa evoluir, criatura!
-Evoluir?
-Veja meu exemplo, me tornei um cara bem sucedido. Tenho família, bom emprego e tudo mais.
-Então, por que destes olhos tão cinzentos?
-Lá vem você com suas teorias conspiratórias
-Não, é fato, você é escravo de um senso comum.
- Eu? Produzo remédios que salvam a humanidade e tenho um retorno profissional com este bem
-Mas a quem você serve?A indústria ou ao ser humano? Quem colherá dos seus conhecimentos?
-E como você ajuda a humanidade?
-Servindo de exemplo, sendo o que sou.
E assim partiu, meu velho amigo, sabendo que aquela sensação de incompletude que tomará a sua vida, provinha do saber que sempre fora iludido pelo fator profissional, fazendo-lhe fugir a natureza humana, e se ver tomado pelo constrangimento de ver que todas as suas ações humanitárias se tornara um bem de consumo.