UM PEDAÇO DE BOLO PARA MATAR A FOME
Tiozinho, tiozinho - grita o esquálido homem, esquálido em todos os sentidos, então o vovô agora recém promovido a tiozinho, para por um instante certamente imaginando que lá vinha mais um pedindo dinheiro, talvez numa comunicação telepática o esquálido homem antecipa que não quer dinheiro, quer algo para comer e adianta que até pode ser um pedaço bolo (são 13:00 horas e o tiozinho está bem alimentado).
Tiozinho lembra do pudim de bananas que está na geladeira fazem dois dias e somente ele teve coragem de comê-lo. É muito pudim para pouco apetite e o destino seria o lixo, mas agora não!
Espera um pouco ai que vou pegar algo - responde tiozinho. Cortado em pedaços e posto numa sacolinha lá vem o pudim, tiozinho apanha uma fatia e passa a comer, assim deixando claro ao esquálido homem que o pudim está próprio para comer.
Pelas grades e feita a troca da socolinha por um sorriso e algumas palavras de agradecimento.
O pedinte reproduz o gesto e enfia a mão na sacolinha e sai devorando um pedaço mais generoso de pudim.
Pronto: tiozinho arranjou um sócio para os bolos bem sucedidos e também os mal.