AINDA SOBRE A BARBÁRIE.

Carlinhos, percuciente amigo de albores juvenis, com a visão tão necessária que poucos têm, dom originário, o destino faz as nações atravessarem suas histórias cruentas ou não. Estamos envoltos nesse estigma maior, tenho posição sobre esse indesejável porto em que ancoramos sob o signo português. Jô Soares diz que Portugal é o local mais próximo da Europa, não divirjo de sua tese. Começou nesse termo um pouco desse legado que foi se alargando da restrição ao discurso da falta de necessidade de se esclarecer para melhor viver. E chegamos aos poucos ao vaticínio sexagenário de Levy Strauss, a barbárie unida à decadência desconhecida a civilização. Parece caricatura, mas não, é a realidade. Olhemos nossa juventude. Filhos matavam pais, pais matavam filhos, matavam-se pessoas sem nenhuma razão (pois razão nenhuma razão existe para matar) em praça pública sob risos e deboche? Isto é barbárie, e pior do que na idade média que era pena institucional, mal ou bem ditada por órgãos formalizados pela legislação da época, e de assistência obrigatória pela vila e seus residentes, como exemplo, exemplo do crime cometido na ocasião listado na lei como tal. Hoje se mata para rir, por boato, por distração, como bem diz você, por boçalidade, a mesma boçalidade que está inserida na representação corrupta, política de boçais votados por incautos, que em imagens de TV são usurpados e continuam na mesma tese continuísta de se deliciarem com a usurpação. É verdade que a verdade não se esconde, ela está aí, nesses gestos hediondos que depois de executados, mostrando a barbárie de um povo ignaro trazem a indignação até mesmo dos boçais que enxergam assim sua boçalidade.Meu abraço. celso

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Date: Sat, 10 May 2014 16:27:42 -0300

From: igor-pires@uol.com.br

To: celso-panza@hotmail.com

Subject: Tristes Trópicos: comentando

Querido amigo Celso, Ontem à noite, tomei conhecimento do seu magnífico artigo acerca de nossa catastrófica realidade social. Irretocável em todos os sentidos, e produto de sua mente brilhante. Igor já o homenageou, não necessito acrescentar mais nada.

Relembro um fato ocorrido às vésperas das eleições de 2002, quando a Rede Globo, no Jornal Nacional e, mais tarde, no Jornal das 10, Canal Globonews, em reprise, levaram ao ar entrevistas com os candidatos à Presidência (da República). Os candidatos foram entrevistados durante meia hora pelo W. Bonner, e Fátima Bernardes. Pois bem, acompanhei todas as entrevistas.

Na noite em que o troglodita foi entrevistado, foi-lhe dirigida a seguinte pergunta, pelo entrevistador: "Senhor (...), o senhor se acha preparado para exercer a Presidência da República, mesmo sem possuir um título acadêmico?" Resposta: "Bonner, QUEM VIVE DE LIVRO e televisão, NÃO SABE NADA."(!!!)

Até aí, para mim, nenhuma surpresa. O que se poderia esperar ...?

Para terminar, e não cansá-lo com assuntos de seu conhecimento e sua erudição, digo-lhe que minha amarga tristeza e decepção foi, meses depois, ver tal figura ser eleita para a Presidência da República do Brasil.

Que povo é este? Que país é este? O que é isto senão a BARBÁRIE?

Abraços afetuosos a você, à Teresa e às mamães que certamente estarão com vocês amanhã. Saúde para todos.

Do amigo Carlinhos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/05/2014
Reeditado em 10/05/2014
Código do texto: T4801585
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