QUAL O LEGADO DO VELHO?
O maior legado do velho é a absoluta compreensão. Quem chega às alturas da ancianidade deve carregar consigo a leveza de não ter nenhum ressentimento ou mágoa, absolutamente nada que traga esse traço, com ninguém, nem com seus próximos ou mesmo os que não são íntimos e são meramente conhecidos por um dos meios de conhecimento existente.
Seu espírito deve estar aparelhado para ser um filtro generoso de calma, equidade e generosidade. O sentimento de justiça do qual se apossou tem o condão da larga avenida da vida onde a compreensão supera qualquer farpa que a inteligência não compreende.
Hoje, destaque-se, mesmo à distância, são notórias essas aproximações com a chegada da computação.
Escrevi uma crônica publicada no maior jornal católico do país em termos de tiragem e leitores, dada à publicidade por amigo que ficou seduzido pelo teor do texto, que aborda essas novas aproximações. A crônica está no Recanto, tem o título “AMIZADE SEM ROSTO”. Irá figurar entre as crônicas que serão editadas em novo livro meu cuja edição avalio entre duas editoras.
Essa encarnação de leveza não se força, é natural, acontece pela espiritualidade latente que chega pela grandiosidade da compreensão que tudo sublima, desde a ausência pura e simples de compreensão, a chamada disfunção de apreensão, que embora pareça não ocorrente infesta muitas mentes pensadas qualificadas, até à vaidade insuficiente que persiste mesmo no velho, e por isso com muito mais expressivo gravame para a alma.
Os que assim se comportam não podem esperar muito do que não conhecem, a morte, o desconhecido, tão decantado no “de onde viemos para onde vamos”.
A eternidade a que já pertencemos como mutação de matéria, que é uma só coisa pelo princípio da energia quântica conhecida pela física, não tem espaço a não ser em matéria para as almas que não compreenderam a vida do pensamento, a própria alma.