ALBANO E CANDELÁRIA

Para mim, partícipe de um grupo cultural no bojo da Academia Sergipana de Letras, se torna difícil me manifestar sobre o fato de um jornalista sergipano haver criticado aquela instituição que tem mesmo uma história de valor intelectual como, de início, esclareceu no texto veiculado na Infonet, em 9 de maio corrente, sob o título: CANDELÁRIA, UMA PUTA IDEIA. Entretanto, coisa alguma me impede de expressar o que sinto a partir da leitura do mencionado texto.

O título, como se vê, esconde (ou revela) as malícias da linguagem e não sei mesmo assegurar se o jornalista tentaria atingir de alguma forma a Academia de Letras ou a célebre Candelária, ambas femininas. E, em sendo assim, “Joga pedra na Geni!/Joga pedra na Geni!/Ela é feita pra apanhar!/Ela é boa de cuspir!/Ela dá pra qualquer um!/Maldita Geni!”.

Estamos em caminhadas para a cidadania e vivendo o pensamento da inclusão. Tanto a Candelária quanto a Geni são ícones representativos da força do preconceito, do machismo e do atual Scherazadismo. E também um momento em que, justo um professor, elege a Valeska Popozuda uma grande pensadora.

Eu realmente não sei se o jornalista quis, usando o nome da Candelária, tirar uma brincadeira de mau gosto que envolve a Academia de Letras, o possível candidato, Albano Franco, ou ainda a Candelária. Mas, vejo que, no caso dos supostos candidatos à Imortalidade, não caberia à Academia envergonhar-se se é que essas duas figuras públicas sergipanas se candidatem a uma vaga nas cadeiras da importante casa da cultura. Cabe aos candidatos, sejam eles ou outros, fazerem uma autocrítica e, depois, envergonhada ou desavergonhadamente, que lancem suas candidaturas.

Lançadas as candidaturas, cabe aos componentes da Academia Sergipana de Letras a escolha de um dos candidatos. Há as opções dos votos em branco, nulo, ou, quem sabe ainda, os eleitores queiram fingir uma gripezinha e não comparecer ao dia da eleição.

O voto é de quem vota e dizer ou não em quem votaria é domínio do eleitor. Encontro-me privada do voto por não estar no banco da Imortalidade. Por outro lado, na condição de professora, acredito que dá pra imaginar em quem eu votaria.