Rapazes de Farda
Tarde de outono, céu azul...
Moro no bairro Bacacheri, perto do quartel. Sentada no banco do ônibus, observo os rapazes que entram apressados, pagam a passagem e depois procuram um lugar para sentar...
Nesses dias que antecedem o “Dia das Mães”, fico mais sensível, deixo-me levar pelas lembranças. Meus dois filhos estão casados, mas quando vejo os rapazes de farda, lembro-me de quando um deles, o Adriano estava no quartel, faz tempo (hoje ele está com 31 anos). Ele se preocupava com farda, e queria que estivesse sempre bem passada, tinha orgulho de vesti-la.
Aos poucos, distraio-me com os reflexos do sol e da paisagem na janela do ônibus, e as lembranças aconchegam-se suavemente, em meus pensamentos, feito um barco de papel a flutuar no lago. Sinto-me em harmonia com a passagem do tempo. E desejo aos rapazes de farda e suas mães muitas alegrias e paz.