Amálgama (Textos publicados)

Trituro, amasso e mesclo despudoradamente a amálgama das intermináveis passeatas que teimam em pisotear meus pensamentos. Como não tenho o sentido do olfato, não corro sequer o risco de ficar agoniado com o eventual mau cheiro desta mescla, enquanto, descarado, vou modelando caricatas figuras de retórica com a ajuda do que de melhor posso encontrar no seio do absurdo. Lotes enormes de absurdo enriquecido estão por aí à disposição para uso irrestrito e eu já desisti de resistir à tentação de apropriar-me e armazenar boas quantidades dessa valiosa e gratuita materia prima…