NO DIA DAS MÃES, AMAR É...
Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
O foco no Dia das Mães é o amor. Ou melhor, amar. Amar é amor que não envelhece. Conta-se que, quando Michelangelo terminou de esculpir a Pietà, perguntaram-lhe por que representara Nossa Senhora mais jovem que seu filho. Ao que ele teria respondido: “Pessoas que amam verdadeiramente e são fiéis não envelhecem”.
Na verdade, é mais fácil definir amar do que amor, pois, na realidade, na concretude da vida, não existe amor. Para Roger Vailland, não existe amor; dão-se provas de amor. E, para Cyro dos Anjos, em Abdias: “O amor sempre me pareceu algo indefinível, nas suas infinitas gradações e na sua variedade, de indivíduo para indivíduo. Dele se poderá dizer, porventura, o que dizem os médicos em relação à doença, cuja existência, em si, negam: Há doentes, e não doenças. Haverá o ser que ama, e não o amor”.
Tanto que existem várias espécies de amor. Assim, mãe é um ser que ama de maneira especial, própria, específica. Começando por amar o feto com afeto. Apesar do Amar, Verbo Intransitivo de Mário de Andrade, amar é verbo transitivo, de trânsito livre entre quem ama e quem é amado. Assim é o amor materno que deve ser correspondido com amor filial. Fernando Pessoa traduz bem essa sintonia: "quem ama, ama só a igual, porque o faz igual com amá-lo".
Dia das Mães é dia de manifestar amor, e de dar um balanço nas provas de amor. Conheço, mesmo nos dias de hoje, uma casa onde os filhos, todos casados e profissionais trabalhando fora de casa, fazem questão de tomar o lanche da tarde na casa dos pais. Boca livre e corações unidos. Espaço onde sempre cabe mais um, isto é, todos os filhos. Ou como casa de mãe, onde come um, comem dois, comem três...
É tempo de Páscoa. É mês das mães. Mães de coração radiante e irradiante. Espargindo sorrisos. E como que repartindo um bolo de aniversário, simbolicamente partido e repartido em fatias. Que dá para todos os convidados e ainda sobra. Em comemoração ao Dia das Mães.