VIVER APÓS A MORTE DE UM FILHO...
Nenem, meu filho, sua vida foi abreviada de forma cruel. Você passou pouco tempo na terra, porém viveu com intensidade. Conheceu o amor que sempre lhe dediquei, e foi grato pela dedicação que lhe dispensei quando criança, pois quando todos haviam perdido a esperança de sua sobrevivência, eu desafiei a medicina e acreditei que você lutaria para sobreviver.
O tempo passou para todos menos pra mim...todas as quartas feiras e todo dia 12 de cada mês relembro aquela noite cruel, e sofro muito ainda a imaginar o instante final do meu filho. Relembro o momento quando recebi aquela triste e inesperada notícia, de que meu filho sofrera um “acidente” e depois, passadas algumas horas me contam a cruel verdade: meu filho não resistira aos ferimentos...Pior ainda: fiquei sabendo que meu filho havia sido assassinado.
No dia seguinte, ao te ver inerte em um ataúde, com os olhos fechados, a sensação era de desamparo e de orfandade...
Hoje, ainda me lembro daquela noite em que recebi a notícia e do dia do velório e sepultamento. Importa dizer que a sensação é a mesma: de desamparo e de orfandade. Muitas vezes as lágrimas jorram sorrateiras fugindo ao meu controle.
Depois de perder um filho, a mãe tem o coração dilacerado, pois olha para dentro de si, e ver apenas dor e saudade. O recomeço é muito difícil. Viver após a morte de um filho é um desafio diário.