COMUNICAÇÃO COMO INTERAÇÃO

Nas últimas décadas, a palavra comunicação tornou-se moda sendo aplicada em muitas dimensões da vida humana. Tanto se usa que corre-se o risco de perder a sua força e seu significado.

A comunicação pode ser vista por duas vertentes: a relação direta interpessoal entre as pessoas e a mediada por meios e instrumentos técnicos impressos, eletrônicos e digitais.

A primeira vertente da comunicação, surgido no século XII, corresponde ao conceito de comunhão e de busca da outra pessoa. Interação e participação. No século XVI começou com o desenvolvimento tecnológico, a impressão, e mais tarde telégrafos, telefones, cinemas, rádios, televisão, internet, surgimento nesta ordem, a comunicação passou a ser entendida como difusão ou transmissão de pensamentos ou ideias e informações, cuja realidade fez como que o mundo se tornasse uma pequena casa, uma casa global, o Kosmoi.

Todavia, na era da superabundância dos instrumentos técnicos em que vivemos, urge resgatar o sentido humano da comunicação, precisamente como comunhão e participação, como capacidade humana inteligível para irromper a redoma ao redor de si mesma.

A comunhão está no princípio da comunicação tanto quanto ela está no seu resultado. Pois, a categoria da relação das pessoas está intimamente ligada à qualidade da comunicação com que elas interagem. Assim sendo, a qualidade das inclusões das pessoas na família, na comunidade, no trabalho, na sociedade, depende da qualidade da comunicação, que alvitra um caminho de abertura ao outro, que leva à busca do diálogo e o esforço de romper barreiras para criar comunhão e, desse modo, melhorar a qualidade da vida pessoal e social.

Isso é comunicação!

É isso aí!

Acácio Nunes