O caminho das marcas...
          
           Não sei se a autora, Clemilde Torres Pereira da Silva, ama mais o caminho do que as marcas ou as marcas mais do que o caminho. Com certeza, na sua obra “As Marcas do Caminho”, demonstra amar os fatos, suas consequências, seus protagonistas, o que comprova sua paixão pelos rastros leves e profundos dos passos daqueles que foram historicamente itinerantes no caminho. Esclareço que Clemilde sempre guardou com esmero, carinho, sabendo com competência, todos os acontecimentos da sua vida ou as circunstâncias que envolveram sua pessoa e, de modo especial, seu dileto esposo, o professor Afonso Pereira da Silva que, em todas essas circunstâncias, nunca deixou de tê-la ao seu lado.

          É bom que se alvitre que o professor Afonso, enquanto dirigente fundador do Correio da Paraíba, solenemente diante dos que faziam o primeiro número desse jornal, pediu que ela iniciasse a encadernação da primeira edição, história também contada pelos papéis de Clemilde. Gesto característico do professor Afonso Pereira que altivava suas qualidades de pensar alto, mas partindo das raízes da Filosofia; de agir com retidão de conduta, seguindo a equidade do direito; de explanar um otimismo contagiante, substanciando-o com a sã utopia de Thomas Morus. Ele é o liame de Clemilde com muitas escolas espalhadas pelo interior do Estado e especialmente com a criação da primeira grande escola particular de ensino superior na Paraíba, do que trata minuciosamente seu livro.

          Não há obra tão fundamentada sobre a UNIPÊ como essa, apresentando registros, textos e documentos sobre como essa Universidade nasceu, cresceu e se tornou grande, explicitando cada ideia e sua implementação, cursos e reitorados, sem nada omitir, no propósito de transmitir às futuras gerações essa história universitária, menos o que acontecerá no futuro, no reitorado da sua filha e de Afonso Pereira, Ana Flávia Pereira da Silva, porque disso pouco ainda consta no passado. Mas, Clemilde já coleciona marcas pisadas pela reitora Ana Flávia do que provavelmente surgirá novo livro. No entanto, relata a participação dos fundadores do IPÊ e da UNIPÊ, como também a ideia inicial e construtiva do corajoso reitorado de Manuel Batista de Medeiros; do edificante e empreendedor de José Trigueiro do Vale; do dinâmico e clarividente de Marcos Augusto Trindade e do acadêmico e intelectivo de José Loureiro Lopes; todos esses reitorados com o constante e imprescindível apoio de Afonso Pereira e Flávio Colaço, pés e asas da Instituição.