HAITIANOS: QUESTÃO SOCIAL E NÃO POLÍTICA OU IDEOLÓGICA!
(CRÔNICA REESCRITA, publicada no blog em fevereiro de 2012)
Comentários no link http://carloscostajornalismo.blogspot.com.br/2014/04/haitianos-questao-social-e-nao-politica.html
Muitas informações a favor e contrárias à permanência e aceitação dos haitianos no Brasil circularam pelas redes sociais essa semana. Algumas delas até com certas pitadas de ironia, sarcasmos e até de deboches. Outras, contudo, sérias e responsáveis. Mas a briga que se estabeleceu entre os Estados do Acre, por onde os migrantes ingressam e São Paulo é, no mínimo, ridícula em todos os sentidos, sobretudo no humanitário e social. Os haitianos só querem é viver com dignidade, respeito e honestamente!
A história do Haiti e dos haitianos se divide em várias etapas e momentos. Da “Pérola do Caribe” a um dos países mais pobres do mundo, não demorou muito porque o Haiti enfrentou anos de luta armada, ditaduras cruéis, golpes, assassinatos e deposições de presidentes eleitos democraticamente.
De tudo isso, porém, o certo é que o Haiti foi destruído por um terremoto de 7.3 na escala Richeter no dia 12 de janeiro de 2010, e viu parte de seu povo formado por 9.719.932 habitantes, procurando reconstruir suas vidas em diversos outros países, incluindo o Brasil e, mais precisamente, nos Estados do Acre, por onde entram e depois seguem em busca de dignidade para suas vidas destroçadas pelo terremoto que devastou o país, mas com dignidade em Estados que os aceitem para reiniciarem suas vidas e, de forma honesta, sustentarem suas famílias, mesmo no país de devastado pelas tragédias humanas e naturais.
Segundo dados da Igreja Católica que os vem acolhendo em São Paulo, existem mais de cinco mil e do Acre e continuam chegando outros milhares, fugindo da instabilidade política, das ditaduras que reiteradamente se sucedem no país, apesar de alguns avanços e retrocessos vividos ao longo de sua história, a partir da eleição para a Presidência do Haiti do padre católico Jean-Bertrand Aristid e, por último, do desastre natural que acometeu o país.
Um homem que procura dignidade e viver com a honestidade de seu trabalho em qualquer país que os acolhe, deve ser recebido humanidade e não com tolas discussões políticas tolas, ridículas, desnecessárias e improdutivas, o bate boca omo se estabeleceu entre os Estados do Acre e São Paulo, porque o primeiro tem poucos empregos e outro, mais desenvolvido oferece mais oportunidades em diversas áreas. Os haitianos, muitos em seu país professores, médicos, administradores de empresas etc., querem apenas emprego em qualquer lugar ou área de ocupação para viverem com a dignidade e sustentar suas famílias que ainda ficaram no Haiti com o suor de seu trabalho!
É uma questão social, humanitária e não tem nada a ver com língua, ideologia, princípios morais ou éticas.
Diversos países disponibilizaram recursos em dinheiro para amenizar o sofrimento do povo haitiano, um país pobre e arrasado do continente americano, por questões políticas, humanas, ideológicas, culturais e tribais.
O presidente norte-americano Barack Obama, afirmou logo após a tragédia que o povo haitiano não seria esquecido, obrigando a comunidade internacional a refletir sobre a responsabilidade dos países que exploraram e abandonaram o Haiti, desde sua criação em 1945.
Deixando um pouco a história de lado, a questão social vivida pela população da ex-prospera e conhecida “Pérola do Caribe”, continua abandonada sim, apesar de todos os esforços humanitários realizados e países que os acolhem em redor do planeta. Esse povo abandonado, explorado e agora também e esquecido procura refúgio em outros países, incluindo o Brasil, que os está acolhendo com dignidade, um pouco de respeito, mas com muitos preconceitos ideológicos em suas entranhas porque são negros, muitos analfabetos ou portadores de HIV etc..
Mas antes de analfabetos, negros, com AIDS, de não falarem português, porque todos esses “problemas” levantados podem ser resolvidos com vontade política e determinação, os haitianos são, antes de mais nada, gentes como todos nós! O que os refugiados pelo azar e tragédias naturais agora estão buscando, é apenas um país que os recebam em paz e que não mais convivam com discriminação e “ditaduras” de quaisquer espécies!
Um lugar para chamar de seu e esse lugar pode ser o Brasil!