A MORAL E SUA PRÁTICA.

Por todos os caminhos percorridos pela história do homem, a dominação, a subjugação pela escravidão, a apreensão de posses e riquezas sempre foram os móveis do homem, enfim, seus interesses. Impõe dizer que repelir essa estratégia construída em oposição à inteligência cristã, escutada e avaliada a história é ser visionário, sonhador, embora não possamos apagar a esperança. E a força se manifesta pelo poder físico e financeiro. Foi, é, e lamentavelmente está sendo assim sempre, embora seja direito sonhar e esperar mudanças, lançando os olhos para horizontes outros distantes dessas manchas, verdadeiros anátemas. São máculas sombrias que esperamos não sejam permanentes. Nunca é demais nutrir esperanças, não podemos apagá-las.

Os exemplos dos “malfeitos”, vocábulo que passeia do certo ao incerto na realização do nada, na boca de alguns, na espera do muito que não passa de migalha diante da riqueza de nosso país, estão diante de olhos abertos, desnecessária percuciência ou grandes metabolismos inteligenciais para depreender.

Gire-se a roda da história e busque-se algo diverso do que se referiu; poucas exceções surgirão.

A mediação desse interesse nenhuma doutrina conquistou. Prevalece o sempre manifesto egoísmo, os "malfeitos" de homem a homem, de nação a nação.

O interesse (direito), necessariamente, deve ser filho da legitimidade. Não é o que se vê. Os "malfeitos", repita-se à exaustão o vocábulo sacralizado, continua a dominar.

Mas o interesse que reflete o mal e tem prosperado impunemente, por mais que desafie o tempo e envolva alongado processo histórico, sucumbirá pela própria maldade. O mal consome o maldoso, é mera questão temporal.

Espera-se que o processo histórico se desincumba de afastar o mal algum dia. A necessidade do próximo apontada pela inteligência do Cristo como baliza primeira de todos a ser saciada, satisfeita, está abaixo do interesse menor que avassala e se agiganta, estando sempre visível, o interesse pessoal e egoísta que esvazia o interesse de todos. As gestões públicas dão essas medidas visíveis por estampadas nas tvs e palavras inconsequentes que negam autorias dos “malfeitos” desafiando imagens, números e empirismo.

E continuam os necessitados na necessidade. “E o que é o medo da necessidade senão a própria necessidade?”, indaga Khalil Gibran em “O Profeta”.

Não é difícil ver, ao contrário, é usual muitos que têm poder retirarem do medo da necessidade seus interesses pessoais. Isto é violar os mais simples princípios cristãos e vestígios de humanidade. É preciso dar continuidade à inteligência do Cristo para que o interesse particular de gestores dos destinos de coletividades, interesse monopolista, não subtraia o natural direito do próximo. E isto não é altruísmo, mas concessão de direitos legítimos dos cidadãos, contrapartida na participação social de coleta de meios (tributos) para devolvê-los em serviços.

A Lei Moral, distante de religiosidades, mas aproximada dos ensinamentos do Homem Jesus de Nazaré é o ideal.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/04/2014
Reeditado em 29/04/2014
Código do texto: T4787565
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