ATÉ GATO MORTO ESTÁ SENDO ROUBADO...
Há bastante tempo, em minhas crônicas e meus artigos de opinião, venho colocando a minha preocupação com o avanço da violência, especialmente, das novas modalidades (se é que podemos classificar a violência generalizada em modalidades) de furtos e roubos em nossa cidade.
Há pouco tempo, mais precisamente no Carnaval, a modalidade de abordagem era se fantasiar de urso e, no momento de pedir o dinheiro, anunciar o assalto. Eu, infelizmente, fui testemunha do medo que isso causou quando, em um semáforo, um rapaz fantasiado de urso – seguido de vários outros rapazes tocando seus instrumentos para animar a brincadeira – se aproximou de um carro dirigido por uma senhora, tendo ao seu lado uma outra pessoa do sexo feminino, e estendeu a mão pedindo uns trocados. O susto, proveniente de já estar sabendo que estavam assaltando naquele tipo de modalidade – imagino eu –, fez com que essa senhora arrancasse dali com mais de mil, quase provocando um acidente de graves proporções, já que o sinal, para ela, estava vermelho.
Em outras ocasiões, coloquei bem a minha preocupação com a falta de iniciativas no combate às drogas ilícitas, especialmente o crack, que eu vi, na metade da década de 2000, alastrar-se pela cidade. Na época, eu escrevi algumas crônicas relatando, inclusive, a perda de vários alunos para o mundo das drogas e o que foi pior: muitos deles foram mortos, assassinados pelo tráfico, por falta de pagamento na compra de drogas e como queima de arquivo. Na época, vendo as reportagens sobre a Cracolândia, em São Paulo, eu até coloquei que, se as autoridades não tomassem pé da situação, muito em breve centenas de outras Cracolândias surgiriam em todo o país. Infelizmente, o estado foi moroso em suas iniciativas e o que vemos hoje em dia são aglomerados de Cracolândias em todo o país. Gente que não mais se importa de consumir a maldita pedra a céu aberto e na presença de quem vai e vem – e aí se incluem crianças e adolescentes. Uma verdadeira nação de zumbis que já não produz nada e que, para consumir a pedra, utiliza-se de qualquer artifício para adquirir o produto.
Em frente à minha residência, por exemplo, já é o terceiro caso de assalto a mão armada feito por um rapaz numa moto tipo Biz. Ele simplesmente se coloca ao lado de quem vai passando e anuncia o assalto. Toma tudo que a pessoa leva, sem pena. A última vítima teve o seu pescoço ferido devido à violência da tentativa (e êxito) de tirar uma “correntinha” de escapulário. E isso tudo durante o meio-dia.
Pois bem, diante disso, a nova modalidade de assalto (acho que se pode chamar de assalto) agora é tomar as mercadorias compradas, por senhoras, na saída do supermercado.
Eles ficam esperando que essas senhoras saiam, seguem-nas e, na primeira esquina, tomam-lhes o que elas compraram. Aqui perto da minha casa (que fica nas proximidades de um supermercado) já aconteceram vários roubos desses. O pior nisso tudo – se é que existe pior ou melhor num ato desses – é a violência empregada. Eles não respeitam a idade de quem está carregando a “sacolinha” de compras. Simplesmente arrebatam-na de quem a leva, mesmo que, em alguns casos, machuquem a proprietária da mesma, como aconteceu na última vez que me relataram. A pobre da velhinha teve que ir parar no Pronto Socorro, para cuidar dos ferimentos causados pela queda que sofreu – eles a empurraram e a derrubaram no chão – e para acalmá-la do susto e do estado de choque em que ela ficou.
Agora, até no improvável, o hilário acontece. Sábado passado (19), uma senhora fez a sua feirinha – pouca coisa – e, ao sair do supermercado, resolveu passar na casa de uma manicure – que era caminho – e dar um trato em suas unhas, já que era final de semana, feriado, et cetera e tal. Como o que levava não era perecível e ela estava com tempo para fazer, quando chegasse em casa, o seu almoço, cuidar das unhas se transformou na prioridade naquele momento.
Assim, ela desfrutou do bem-estar de cuidar das mãos e dos pés e, ao sair, de unhas feitas e cutículas tiradas, ela foi surpreendida pela manicure, que lhe fez um pedido pra lá de inusitado, conforme diálogo abaixo:
- Mulher (manicure adora chamar suas clientes de “mulher”), dá para você levar essa sacola e, quando passar no lixão, jogar lá para mim?
- Sim, respondeu-lhe a “mulher”, meio “escabriada”, sem saber qual a mercadoria que deveria jogar fora.
- Não se preocupe! É apenas o meu gatinho que morreu hoje pela manhã e, como eu estou sem tempo de ir até o lixão jogá-lo lá, você faz isso pra mim?
A “mulher” não querendo recusar o pedido de favor, mesmo a contragosto, acenou que sim, embora ficasse preocupada sobre como iria fazer para enterrar, quando chegasse ao local, o corpo do gatinho de estimação da manicure.
Desta forma, saiu da casa, não sem antes ouvir um chorozinho de adeus da manicure. Com uma sacola de cada lado, fez rumo ao lixão que ficava próximo à sua residência. Ia desligada do mundo quando, de repente, sentiu aquele puxão numa das sacolas e só deu tempo de gritar de susto, já que a sacola não se encontrava mais em uma de suas mãos. No entanto, o instinto de sobrevivência fez com que corresse para uma casa que estava com as portas abertas. Lá dentro, depois que passou o susto e depois de contar o acontecido aos donos da casa, ela caiu numa gargalhada sem fim. Os moradores daquele domicílio pensaram até que ela tinha perdido a razão, devido à violência. Que nada! Ela estava rindo era porque os bandidos levaram justamente a sacola em que estava o gato morto...
Há bastante tempo, em minhas crônicas e meus artigos de opinião, venho colocando a minha preocupação com o avanço da violência, especialmente, das novas modalidades (se é que podemos classificar a violência generalizada em modalidades) de furtos e roubos em nossa cidade.
Há pouco tempo, mais precisamente no Carnaval, a modalidade de abordagem era se fantasiar de urso e, no momento de pedir o dinheiro, anunciar o assalto. Eu, infelizmente, fui testemunha do medo que isso causou quando, em um semáforo, um rapaz fantasiado de urso – seguido de vários outros rapazes tocando seus instrumentos para animar a brincadeira – se aproximou de um carro dirigido por uma senhora, tendo ao seu lado uma outra pessoa do sexo feminino, e estendeu a mão pedindo uns trocados. O susto, proveniente de já estar sabendo que estavam assaltando naquele tipo de modalidade – imagino eu –, fez com que essa senhora arrancasse dali com mais de mil, quase provocando um acidente de graves proporções, já que o sinal, para ela, estava vermelho.
Em outras ocasiões, coloquei bem a minha preocupação com a falta de iniciativas no combate às drogas ilícitas, especialmente o crack, que eu vi, na metade da década de 2000, alastrar-se pela cidade. Na época, eu escrevi algumas crônicas relatando, inclusive, a perda de vários alunos para o mundo das drogas e o que foi pior: muitos deles foram mortos, assassinados pelo tráfico, por falta de pagamento na compra de drogas e como queima de arquivo. Na época, vendo as reportagens sobre a Cracolândia, em São Paulo, eu até coloquei que, se as autoridades não tomassem pé da situação, muito em breve centenas de outras Cracolândias surgiriam em todo o país. Infelizmente, o estado foi moroso em suas iniciativas e o que vemos hoje em dia são aglomerados de Cracolândias em todo o país. Gente que não mais se importa de consumir a maldita pedra a céu aberto e na presença de quem vai e vem – e aí se incluem crianças e adolescentes. Uma verdadeira nação de zumbis que já não produz nada e que, para consumir a pedra, utiliza-se de qualquer artifício para adquirir o produto.
Em frente à minha residência, por exemplo, já é o terceiro caso de assalto a mão armada feito por um rapaz numa moto tipo Biz. Ele simplesmente se coloca ao lado de quem vai passando e anuncia o assalto. Toma tudo que a pessoa leva, sem pena. A última vítima teve o seu pescoço ferido devido à violência da tentativa (e êxito) de tirar uma “correntinha” de escapulário. E isso tudo durante o meio-dia.
Pois bem, diante disso, a nova modalidade de assalto (acho que se pode chamar de assalto) agora é tomar as mercadorias compradas, por senhoras, na saída do supermercado.
Eles ficam esperando que essas senhoras saiam, seguem-nas e, na primeira esquina, tomam-lhes o que elas compraram. Aqui perto da minha casa (que fica nas proximidades de um supermercado) já aconteceram vários roubos desses. O pior nisso tudo – se é que existe pior ou melhor num ato desses – é a violência empregada. Eles não respeitam a idade de quem está carregando a “sacolinha” de compras. Simplesmente arrebatam-na de quem a leva, mesmo que, em alguns casos, machuquem a proprietária da mesma, como aconteceu na última vez que me relataram. A pobre da velhinha teve que ir parar no Pronto Socorro, para cuidar dos ferimentos causados pela queda que sofreu – eles a empurraram e a derrubaram no chão – e para acalmá-la do susto e do estado de choque em que ela ficou.
Agora, até no improvável, o hilário acontece. Sábado passado (19), uma senhora fez a sua feirinha – pouca coisa – e, ao sair do supermercado, resolveu passar na casa de uma manicure – que era caminho – e dar um trato em suas unhas, já que era final de semana, feriado, et cetera e tal. Como o que levava não era perecível e ela estava com tempo para fazer, quando chegasse em casa, o seu almoço, cuidar das unhas se transformou na prioridade naquele momento.
Assim, ela desfrutou do bem-estar de cuidar das mãos e dos pés e, ao sair, de unhas feitas e cutículas tiradas, ela foi surpreendida pela manicure, que lhe fez um pedido pra lá de inusitado, conforme diálogo abaixo:
- Mulher (manicure adora chamar suas clientes de “mulher”), dá para você levar essa sacola e, quando passar no lixão, jogar lá para mim?
- Sim, respondeu-lhe a “mulher”, meio “escabriada”, sem saber qual a mercadoria que deveria jogar fora.
- Não se preocupe! É apenas o meu gatinho que morreu hoje pela manhã e, como eu estou sem tempo de ir até o lixão jogá-lo lá, você faz isso pra mim?
A “mulher” não querendo recusar o pedido de favor, mesmo a contragosto, acenou que sim, embora ficasse preocupada sobre como iria fazer para enterrar, quando chegasse ao local, o corpo do gatinho de estimação da manicure.
Desta forma, saiu da casa, não sem antes ouvir um chorozinho de adeus da manicure. Com uma sacola de cada lado, fez rumo ao lixão que ficava próximo à sua residência. Ia desligada do mundo quando, de repente, sentiu aquele puxão numa das sacolas e só deu tempo de gritar de susto, já que a sacola não se encontrava mais em uma de suas mãos. No entanto, o instinto de sobrevivência fez com que corresse para uma casa que estava com as portas abertas. Lá dentro, depois que passou o susto e depois de contar o acontecido aos donos da casa, ela caiu numa gargalhada sem fim. Os moradores daquele domicílio pensaram até que ela tinha perdido a razão, devido à violência. Que nada! Ela estava rindo era porque os bandidos levaram justamente a sacola em que estava o gato morto...
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