No Grito da Noite

No grito da noite,todo louco sem dono.Todo gato sem peixe e toda tiazinha sem dólares.

O telefone fora do gancho.O estepe solto do carro importado.Uma madame aos gritos.Um motorista histérico.Uma placa quase inexistente e um corpo no asfalto.

No grito da noite,um depoimento em vão.Grades tortas,balas pelas paredes,sangue pelo ar.Olhares vazios.Desumanidade total.

Caminhadas íngremes,números mal contados.Testemunhas assombradas,silêncio total.Pistas descarteadas.Apenas um submundo inescrupuloso,com almas subjugadas.

Leis cegas,surdas e mudas mais uma vez.Riqueza e pobreza.Céu e Inferno.Choros de crianças solitárias.De quem é mesmo a culpa?Têm inocentes e culpados?

A noite que é dama aponta pontas de cigarros.Carteados sobre a mesa aparecem.Cervejadas e um "Bum" ao chão.

E a dama que é noite,vai mostrando tudo no grito;tudo nos jornais,folhetins dos bairros ou no jornal das oito.Ou...apenas no grito da noite mais um "Bum".Quem se importa?!

Barbra Cerutti
Enviado por Barbra Cerutti em 07/05/2007
Reeditado em 07/05/2007
Código do texto: T478116
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