A SENILIDADE E A JUVENTUDE.

É preciso ter entendimento mínimo na senilidade para compreender o que se viveu da mesma forma que a juventude deve tentar absorver a percepção máxima do mínimo que viveu. “Extrema si tangunt.” Os extremos se tocam. A barreira é só temporal, mas há que existir noção de conveniência em posturas, gestos e atitudes que mostram ou não educação, e cada um dá o que tem, idoso ou jovem,diz o adágio popular intransponível.

Os velhos são sistemáticos, e tal decorrência da biologia associada ao psiquismo faz com que confundam fatos singelos mesmo que pensem estar dominando o que se passa diante de seu discernimento, já embotado, sentem-se "dominus" quando nunca foram senhores, ninguém é senhor de nada, pensa ser, e isso é mais intenso se tem o velho uma vida ainda produtiva e independente, mas é preciso estar alerta para redirecionar atitudes e desvios que não escapam a quem conhece um pouco de tudo.

A glória do velho é ser ancião, nunca a vontade de ser algo mais do que já foi, mesmo que nada tenha sido.Sempre se tem a caminhada como bom ou mau exemplo e a educação é o singular parâmetro. Impõe-se no fim da vida a serenidade que traz paz e conforto espiritual e descerra a experiência coroada pelo que representou e representa, nunca por dissenção do próprio "eu".

Ao jovem se deve atenção e cuidado com o desassombro e destemor que assalta a toda juventude, colocando-a em intimidade com a perigosa irresponsabilidade que traz consequências. Se ao velho magoado por suas próprias visões deformadas falta serenidade e brilho, ao jovem a exacerbação por vezes se instala e fomenta a pretensão descabida, e beira os precipícios do risco.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/04/2014
Reeditado em 24/04/2014
Código do texto: T4781138
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