Quem É Que Perde De Verdade?

Lecionei em muitas empresas, quase todas entre as 500 da Forbes, portanto, todas com administração top. Tão top do top que o funcionário ganhava perks/benefícios pelo seu 'outstanding performance'. (Outstanding = Admirável)
 
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Aula de inglês de 90 minutos in company durante o expediente, entre 3 - 5 vezes por semana era um dos perks que o funcionário top ganhava, sem contar o carro do ano da marca mais cobiçada do momento, direito à quatro passagens para o exterior nas férias, i-phone, notebook e tudo de bom que a mente de um top executivo pudesse imaginar e também cobiçar.

Certa vez, um aluno me contou que havia deixado o Citibank para trabalhar em um outro banco menos cotado no mercado por que tinha ganho luvas. Sim luvas! E eu pensando que só jogador de futebol ganhava luvas. Quem é que banca tudo isto? Com certeza, o seu bolso sabe!
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Poucos dão ouvidos quando se fala em perda. Perda é algo irrecuperável na linguagem bancária. Os bancos recuperam sim senhor mas, juram que não. Mesmo com os juros lá nas alturas onde o Super Man não ousa voar, os banqueiros garantem que o que foi perdido, foi perdido. Tá bom Zé. Não me engana por que eu O-DEI-O! Um aluno meu teve gastrite depois de ter aprovado o empréstimo à uma empresa que veio a falir. O CEO encheu o saco dele, tormentou tanto que o pobre coitado foi internado e passou por cirurgia. Perguntei aos seus colegas o que seria feito com a empresa falida e responderam que passou a ser propriedade do banco. Hummmm ... O banco é dono ... mas, não por muito tempo. A empresa é colocada à venda e o banco não perdeu nadinha. Enquanto ao meu aluno, ele perdeu muita saúde, o resto de cabelo que tinha, envelheceu uns dez anos e ficou sem emprego.
 
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Já na indústria alimentícia, a perda significa que é preciso desenvolver algo novo, ou criar uma nova roupagem para o produto que deixou de agradar o consumidor. Quem sabe, um toque sútil apenas para dar um upgrade naquilo que deu prejuízo. Mas, quem não previu que o produto daria um prejuízo no mercado? Na certa dançou, afinal de contas, o profissional é pago pelo seu tiro certeiro. Jamais deve errar. Bobeou? Fora!

Em escolas de idiomas a perda é a desistência do aluno que indica rematricula a menos, a não venda dos livros didáticos e CDs que deixam de ser vendidos. Você sabia que as grandes escolas de idiomas geram mais lucro com a venda do material didático do que com as mensalidades no primeiro mês de aula do ano letivo? Pois é, pois é ... Toda grande escola de idiomas tem sua própria gráfica portanto o material sai por X e é repassado por muito, muito mais do que um mero Xizinho. Mesmo assim, o dono comunica a perda de matrículas e não tem como aumentar o salário do professor, nem das secretárias e muito menos do pessoal do marketing. Imaginem então se o pessoal da limpeza vai ganhar alguma coisa.

Perda para a grande maioria das empresas é simplesmente a falta de gerar lucro e nada mais. Não importa se o empregado ficou doente e foi parar na UTI por que um cliente faliu. Pouco interessa se o professor gasta seu salário com material extra para enriquecer a sua aula por que os livros da escola não contêm informação suficiente, nem tão interessante para prender a atenção dos alunos. O profissional que foca no produto Made in USA com seus olhos de brasileiro que nunca viajou ao exterior, não sabe porque tem um laço na embalagem da Hellmann´s mas acha melhor retirar sem questionar e leva bronca por querer mudar algo tão significativo à tradição e cultura dos norte-americanos.     

Empresas precisam pregar um 'policy'/política que busca melhorar o meio ambiente dentro de cada departamento. Os locais de trabalho são diferentes e precisam de normas diferenciadas mas, que não venham a beneficiar um determinado grupo ou departamento. É preciso analisar, julgar e aplicar de forma coerente. Lançar projetos, atividades e o volutarismo do lado externo da empresa promovendo a inclusão de todos os funcionários, independente da função exercida, afinal todos são importante para o bem estar e sucesso da empresa. As famílias,  assim como aos moradores que vivem ao redor da empresa/instalação também devem participar por que a qualidade de vida e o trabalho em conjunto ganha força com a interação que faz a vida menos estressante e mais prazerosa além dos bons frutos colhidos em várias áreas como a Educação, Saúde, Social, Lazer, Entretenimento etc. 

Quem lê a frase 'NO PAIN, NO GAIN' fica curioso e vai correndo atrás saber o seu significado em português: "Sem Sofrimento/Dor, Sem Ganho/Lucro". Pois é, em português perde um pouco o encanto mas, em inglês rima e vai direto no que interessa: GANHO/LUCRO. Quem for tatuar a frase no corpo com certeza vai ser questionado a respeito, por isso, o significado é necessário para poder dar a resposta correta e não ficar com cara de babaca.

Hoje em dia, a frase 'No Pain, No Gain' está vinculada ao tempo e dedicação à malhação, ao culto do corpo perfeito e beleza. No meu tempo e nos tempos antigos, a frase traduzia todo o nosso esforço e a dedicação ao trabalho e a devida recompensa financeira, sucesso e/ou reconhecimento mais cedo em bonus e/ou salário maior ou alguma homenagem e presentinho, quem sabe, mais tarde na aposentadoria.  

 
 
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Agora, me diga quem sabe ao fundo a política da empresa onde trabalha? As pessoas trabalham numa empresa com o olho já em outro emprego que um colega mencionou durante o happy hour da última sexta-feira. 

Não existe a fidelidade entre empresa e funcionário hoje em dia. O que prevalece é o salário mais alto. Ninguém vai suportar tanto 'Pain' se não houver 'Gain'. Vai? Du-vi-o-dó!
 
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A cultura das empresas precisa urgentemente ser levado a sério e praticada. Sei muito bem que atualmente a cultura de uma empresa é na verdade um mix e remix de várias culturas que os funcionários trazem consigo quando são recrutados. Hoje, maioria das pessoas entre 30-40 anos já passaram por pelo menos quatro empregos enquanto seus pais provavelmente conheceram e trabalharam em apenas uma ou duas empresas durante toda vida. Não era bem fidelidade mas sim, a estabilidade que buscavam para poder sustentar sua família e criar os filhos com dignidade.

Princípios, cultura, estabilidade, credibilidade, reliability, perdas ... Precisamos, na verdade, resgatar muitas coisas, principalmente valorizar e investir no funcionário/empregado/contratado/estagiário/aprendiz.

 
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Como vê, tantos nomes/rankings para apenas dar um título a quem trabalha e produz. Para quê esta variedade de nomes? Para estipular salários, status, benefícios, etc? Avaliar conhecimento? Determinar cargos de mais ou menos importância?
                                      
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A perda já começa por aí e logo de cara desanima a grande maioria que já começa a pensar em comprar o Estadão ou o Folhão de domingo  para buscar algo que talvez não seja melhor, nem mesmo um emprego com perspectiva mas sim, um salário melhor, ou por que não, bem maior com belos perks. Porque? Because: MONEY TALKS! And loud!
Calada Eu
Enviado por Calada Eu em 23/04/2014
Código do texto: T4780049
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