O Brasil e a Copa
Dia 22 de abril de 1500, Cabral, Joaquim, Manoel e outros Portugueses desembarcaram no Brasil. Aliás, não era Brasil, mas sim um território desconhecido que poderia ser Ilha de Vera Cruz, se a primeira impressão fosse a que fica, porém se o raciocínio fosse este também, não seria a Ilha e sim o Monte, Monte Pascoal, que após outras expedições viram que se tratava de um continente e o denominaram de Terra de Santa Cruz, uma década e pouco depois por força do pau-brasil, fixou-se este nome que é a cara do nosso povo. Índias tinham varias, de Moema a Paraguaçu de Iracema a Yara nossa terra era de encantos e verdadeiros cantos, a ode ao belo rosto pintado de urucum, ao corpo nu desfilando sem pudor entre as sombras das grandes arvores, quem comia eram Tupinambás. Como gostam de relatar os livros de histórias haviam descoberto o Brasil, as 13 caravelas vomitando as bacalhoadas e os vinhos azedos, tinham entre seus pares tal de Pero Vaz que descrevia em pormenores, só não se lê nas suas linhas o homossexualismo das noites solitários sobre o mar agitado.
Muitas luas já se passaram, índias estupradas e índios drogados pedindo bolsa-família para não morrerem de fome, já que a caça tombara junto com as árvores que as madeireiras mataram. Deixamos de ser um país colônia e nos transformamos em um povo colônia do sistema, da desigualdade e da falta de esperança, povo pobre colonizado pelo povo rico. Uma matéria de telejornal mostrou certo dia, que alguns negros vivem em condições iguais ou piores que aqueles reféns da escravidão legalizada, alforriados que durante gerações inteiras sobrevivem à margem da sociedade, vitimas de preconceitos e dos sub-trabalhos, analfabetos sem perspectivas de crescimento. Quem sabe seja verdade que o homem é produto do meio, que aquilo que não fora devidamente repartido deverá ser partilhado nem que seja a força, ou devemos refazer as teorias sociais de analises antropológicas. Em todos esses anos que separam aquele estado de harmonia inicial deste antro que ecoa violência, vamos ter uma copa do mundo de futebol, já tivemos a experiência, mas agora é diferente.
Vamos abrir as dimensões invejáveis desta maravilha de cenário, para receber os representantes do mundo dispostos a fazer qualquer esforço para levar um pedacinho da fantasia que trazem consigo, um Sueco quer vender o carro para ficar no melhor hotel e ter dinheiro para comer uma mulata, ouvira dizer que as bundas destas mulheres são maiores que a televisão mostra na época de carnaval, o ex-jogador Inglês David Beckham se adiantou comprando uma cobertura em um morro do rio, a pacificação garante seu investimento e o governador espera votos em troca. Enquanto isto alguém envenenou o bode Nick por medo das câmeras de televisão mostrar além do seu pêlo branco e seu chifre afiado. Mas continuam os protestos silenciosos contra o dinheiro publico investido nos estádios, Ronaldo e Pelé que não precisam de hospital publico dizem que o setor não faz copa, e mais um acidente acaba de matar um motorista pela falta de atenção na estrada, ou melhor, pela falta de sinalização na rodovia da morte. Parabéns então pelos 514 anos, se é que tem alguma coisa para se comemorar além pedir raça ao Time de Scolari para que além dos dólares estrangeiros a Taça do Mundo que já esta aqui, também seja nossa.
Para quem ainda não sabe prostitutas estão falando Inglês e cobrando em Euro, segundo noticiários da categoria o brasileiro que precisar de serviços carinhosos durante o período da copa, terá que desembolsar o equivalente ao que o gringo paga, ou então nada feito. Mas segundo um advogado do direito do consumidor a Prostituta que supervalorizar seus serviços sem justificativas poderá ser enquadrada pelo PROCON. Os taxistas também estão na mira, assim como as lanchonetes dos aeroportos e pasmem, as funerárias estão preparadas e com estoques renovados “Promotion Rest in Peace”.