Transporte Público Coletivo e Maturidade
Transporte Público e Maturidade!
Numa fatídica sexta feira, às 18:30 horas, na esquina da Rua Espírito Santo com Avenida Afonso Pena, no coração da nossa querida capital Belo Horizonte, dei um tremendo piti (outro dia eu conto).
Desde aquela época não me sai da cabeça uma idéia.
Para quem não me conhece, não moro na capital há mais de 30 anos, mais ou menos o mesmo tempo que não utilizo transporte público.
Naquele dia, como na última semana, resolvi fazer coisas que há muito ou nunca fiz, para ter histórias para contar para uma netinha que está por vir, andar de ônibus e limpar peixes. Que tristeza!
Hoje, por acaso, conversando com meu amigo Roberto... o Roberto. O Genro do Gebardo... o Guedes, ele me contou que, junto com outros amigos, estão testando o transporte público para o dia a dia. O genro do Gebardo mora em São Paulo e lá eles utilizam ônibus, trem, e metro.
Ai a idéia que se associou ao meu surto lá em Belo Horizonte aflorou e eu a transmiti para o meu amigo Roberto para ele e seus colegas exercitarem na capital econômica do Brasil.
É muito simples.
Recordei com ele as tais das operações padrões que Polícias Federal, Estadual e Municipal, Ministério Público, Bancos e tantos outros órgãos públicos costumam fazer quando querem exigir de nós, seus pagadores, através dos nossos Administradores, maiores salários, muitas vezes, utilizando nas reivindicações argumentos por melhores condições de atendimento da população, que nunca chegam e trabalham durante algum tempo seguindo procedimentos, normas que retardam, inviabilizam, precarizam ainda mais o atendimento de nós usuários, os verdadeiros pagadores dos minguados salários.
Aí perguntei para o meu amigo Roberto se seria possível os usuários de transportes públicos coletivos recorrerem ao mesmo mecanismo da operação padrão, no seu dizer, a greve branca, em outro linguajar, a operação tartaruga.
Ao chegar o ônibus de 50 lugares, o 51º usuário pararia, braços cruzados, palito entre os dentes, e o ônibus, com seus cinqüenta passageiros, assim como manda o INMETRO, o DENATRAN e tantas outras instituições fiscalizadoras, sei lá, partiria!
Meu amigo Roberto sorriu.
Eu acho que ele imaginou que nós ainda não temos maturidade suficiente para isso. Ainda somos como os bezerros nelores que embarquei esta semana, engalfinhando-se por um lugar na gaiola rumo ao matadouro!
Meu amigo Roberto entrou em seu Volvo, ajustou o ar condicionado, ligou o piloto automático e rumou para São Paulo.
João dos Santos Leite
Psicólogo - CRP 04-2674