Sem medo do nada

Antigamente, as pessoas tinham seus filhos, criavam ensinando valores através de contos de fadas nos quais o bem sempre triunfava. Era uma luta, desde a mais tenra idade, entre o bem e o mal.

Quando cresciam, essas pessoas, criadas no maniqueísmo, deparavam-se com situações que não tinham aprendido a superar e ficavam inseguras, com medo de perder as certezas, os amores, as felicidades tão construídas em castelos de areias que elas viam ruir.

Tinham medo de se expor, contar a família que o conto de fada celebrado "E o que Deus uniu, o homem não separa... até que a morte os separe"...

Os homens, como já eram mais liberados, arriscavam-se às aventuras extra-conjugais e mantinham o lar... Mas como nem tudo é perfeito,vieram as músicas: "Não é só casa e comida que faz a mulher feliz"; Se te pego com outro, te mato, te mando algumas flores e depois..."

Talvez elas tenham destruído a FAMÍLIA, pois essa coisa de mulher querer ter os mesmos direitos que os homens...Pois homem matar mulher já podia...

Agora vem essa novela EM FAMÍLIA querer destruir o que resta da família, abrindo espaço para as dúvidas, pondo em cheque os lares...As relações HETEROSSEXUAIS tão importantes para a manutenção da espécie...

Sou uma pessoa imensamente boba, gosto de perguntas bobas: Uma família que se abala ao sopro do primeiro vento está realmente firme? Há casarões lindos, mas cheios de fissuras internas...

Outra pergunta besta que ouvi numa dessas músicas "que podem abalar qualquer estrutura": "Até quando precisaremos de ridículos tiranos?... Por que não afirmarmos nossa condição de humanos "ridículos e limitados que usamos pouco da nossa cabeça animal"?

O ser humanos se agarra a qualquer certeza para fugir da angústia que o nada traz... A primeira vez que senti a angústia que o nada traz foi terrível, mas hoje sou fascinada por ela, pois ela me dá a liberdade de não ser, ser, não ser nada, ser nada... As novelas, as músicas e os contos de fada não afetam as minhas certezas, pois minhas certezas partem do nada e chegam a ele. As coisas valem pelos momentos únicos e intermináveis dos segundos dos meus relógio e das batidas do meu coração....

valene
Enviado por valene em 18/04/2014
Código do texto: T4774213
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.